Pessoas que tiveram dengue são propensas a ter sintomas da covid-19


Por Redação JB Litoral Publicado 24/05/2021 às 12h43 Atualizado 16/02/2024 às 03h04

Por Marinna Protasiewytch com informações da Agência Brasil

O litoral paranaense vive um momento de cautela e prevenção tanto da Covid-19 quanto da Dengue. As duas doenças são responsáveis pela maior parte dos pacientes nas unidades de saúde. Por isso, depois da divulgação de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que demonstra maior facilidade para o desenvolvimento de sintomas do coronavírus em pacientes que já tiveram a dengue, as autoridades sanitárias das cidades do litoral acenderam um alerta.

O estudo

Estudo feito por pesquisadores brasileiros mostrou que pessoas que tiveram dengue têm mais propensão a desenvolverem sintomas da covid-19, caso sejam contaminadas pela doença. A pesquisa, divulgada no último dia 6, é baseada na análise de amostras sanguíneas de 1.285 moradores da cidade de Mâncio Lima (AC), na região amazônica. 

O trabalho, coordenado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Marcelo Urbano Ferreira, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp), foi publicado na revista Clinical Infectious Diseases.

“Relatamos um risco aumentado de covid-19 clinicamente aparente entre as pessoas da região amazônica com infecção prévia por dengue, com importantes implicações para a saúde pública”, diz a conclusão da pesquisa publicada.

As amostras de sangue utilizadas no estudo foram coletadas em dois momentos e comparadas: em novembro de 2019 e novembro de 2020. O material foi submetido a testes capazes de detectar anticorpos contra os quatro sorotipos da dengue e também contra o novo coronavírus.

“Por meio de análises estatísticas, concluímos que a infecção prévia pelo vírus da dengue não altera o risco de um indivíduo ser contaminado pelo SARS-CoV-2. Por outro lado, ficou claro que quem teve dengue no passado apresentou mais chance de ter sintomas uma vez infectado pelo novo coronavírus”, disse à Agência Fapesp, Vanessa Nicolete, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, e uma das autoras do artigo.