Porto acompanha balança comercial brasileira e bate recorde de movimentação


Por Redação JB Litoral Publicado 15/07/2015 às 09h52 Atualizado 14/02/2024 às 08h43

Na última semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou uma análise da balança comercial brasileira, que registrou em junho um superávit total de US$ 4,527 bilhões, o segundo maior resultado para o mês em toda a série histórica, atrás apenas de junho de 2009 (US$ 4,6 bilhões). Por ocasião disso, um dos beneficiados foi justamente o porto de Paranaguá, que através da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), bateu recorde de movimentação de granéis sólidos em junho, com a marca de 1,92 milhão de toneladas de grãos, seguindo bom momento nas exportações do Paraná, que também em junho cresceram 16,9% sobre o mesmo período do ano passado, passando de US$ 1,46 bilhão para US$ 1,7 bilhão. 

De acordo com o Governo Federal, o saldo comercial atual do Brasil é 92,8% maior que o registrado no mesmo período de 2014 (US$ 2,348 bilhões). Tal fato se deve claramente ao aumento das exportações que totalizaram US$ 19,628 bilhões e importações no valor de US$ 15,101 bilhões. No mês passado, a soma de volume exportado e importado no Brasil totalizou US$ 34,729 bilhões, valor 7,5% acima do registrado em maio passado (US$ 30,777 bilhões). A tendência no Brasil foi seguida pelo Paraná, com aumento de saldo na balança comercial (diferença entre exportações e importações) ficando “no azul”, com uma quantia de US$ 466,9 milhões. “Trata-se de um aumento de 211% no superávit da balança paranaense, já que no mesmo período do ano passado, o saldo havia ficado em US$ 150 milhões”, informa a assessoria do Governo do Estado, com relação à tendência positiva comercial vivida em todo o Brasil.

Apesar do bom momento no Brasil, o governador Beto Richa (PSDB), fez questão de criticar a gestão Dilma, afirmando que “o fato negativo é que o Brasil está reduzindo tanto as exportações quanto as importações como consequência da redução da atividade econômica”. Apesar disso, os dados do Ministério do Desenvolvimento contrariam a posição de Richa, visto que o que houve na verdade foi um aumento, tanto de volume exportado quanto importado, como já exposto, de mais de 92,8% com relação ao mesmo período do ano passado. O aumento no balanço comercial beneficiou o Paraná, que respondeu nesse mês por 10% do superávit brasileiro.
Apesar do indicativo de crise propagado em veículos de comunicação, os números demonstram itens positivos na economia, visto que, somente no Paraná, por exemplo, com relação ao setor de automóveis, houve um incremento de 281%, passando a representar no mês o valor de US$ 78,5 milhões. As exportações paranaenses foram enviadas principalmente para países como a China (31,72%), Argentina (8,51%), Índia (5,11%) e Estados Unidos (4,21%).

Agronegócio e porto em alta

Um dos principais setores da economia paranaense é o agronegócio, que foi um dos maiores motivos para a balança financeira estar positiva no estado e no Brasil. Segundo os dados do MDIC divulgados pelo Governo do Paraná, a soja e a avicultura foram itens essenciais para esse bom momento, assim como maior escoamento da soja em junho pelos produtores rurais, que aguardavam recuperação dos preços internacionais.

“Os números indicam que o produtor rural começou a escoar mais a safra a partir de junho”, diz Julio Takeshi Suzuki Júnior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), acrescentando que há ainda 33% da safra de soja paranaense estocando em armazéns, o que deve contribuir para favorecer os embarques nos próximos meses.

O saldo positivo comercial no Brasil beneficiou também o porto de Paranaguá, que atingiu recorde na movimentação de graneis sólidos, com 1,92 milhão de toneladas movimentadas somente nesse mês, segundo balanço da APPA. Ainda nesse aspecto, Suzuki ressalta que houve uma diminuição no número de importações em junho, algo que deve seguir como tendência durante 2015, melhorando números da balança comercial ainda mais nesse ano. A visão otimista vai além da exportação de grãos, visto a perspectiva de melhora nas exportações de manufaturados em 2016.