Empresa de amigo de Temer recebeu 33 mil m² no Porto de Santos sem licitação


Por Redação JB Litoral Publicado 15/07/2017 às 19h28 Atualizado 14/02/2024 às 19h22

A empresa de importações Rodrimar acrescentou 33.386 m² à área que ocupa no Porto de Santos, entre 1991 e 2011, sem participar de concorrências e sem assinar contratos novos com a Codesp, estatal federal responsável por administrar o maior porto do país.

A expansão ocorreu por meio de sucessivos aditamentos a dois contratos, assinados originalmente em 1991 e 1993. Os contratos já venceram, mas a Rodrimar continua operando no local graças a decisões provisórias da Justiça.

Antônio Celso Grecco, sócio da Rodrimar, é amigo do presidente da República, Michel Temer (PMDB). O nome dele veio à tona no bojo do escândalo provocado pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.

Na já célebre cena do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) correndo com uma mala de dinheiro, gravada no dia 28 de abril, a pessoa inicialmente escalada para receber o dinheiro da JBS em nome de Temer, segundo delatores da JBS, era Celso — como o dono da Rodrimar é conhecido. Mas um imprevisto fez com que ele não chegasse a tempo, e Rocha Loures teve que ir em seu lugar.

A Codesp se tornou feudo político de Temer nos anos 1990, quando ele liderou a bancada do PMDB e presidiu a Câmara pela primeira vez — em nota, a Presidência da República disse que “Michel Temer não responde pelos atos dos presidentes da Codesp” (leia a íntegra ao final da reportagem).

Em outubro de 1991, a Rodrimar assinou um contrato com a Codesp para arrendar três armazéns no Porto de Santos, uma área de 34.026 m². Hoje, esse contrato diz respeito a uma área de 61.467,00 m². O segundo contrato foi firmado pouco depois, em julho de 93, para o arrendamento de um terreno no Cais do Saboó que tem 12.350 m² de área. Após seis aditamentos, a área do contrato atualmente é de 18.296 m².

 

Fonte: DCM  –  Diário do Centro do Mundo

 

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