Mulheres se reúnem para discutir representatividade política em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 22/11/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 05h46

Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado um avanço no debate público a respeito das questões femininas, principalmente sobre os direitos das mulheres. Temas como assédio, aborto, maternidade e carreira têm sido discutidos abertamente na sociedade e ganhando espaço no cenário político. No entanto, no que se refere à representatividade das mulheres na política, a temática está muito distante do desejado.

Historicamente, os cargos de poder são ocupados, em sua maioria, por homens, que são eleitos e têm voz ativa nas tomadas de decisões. Isto acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política e que reflete, ainda hoje, no cenário de baixa expressão feminina no governo.

Com o intuito de mudar este quadro, na quarta-feira (21), um grupo de mulheres de Paranaguá, que se denominam defensoras populares, realizaram uma reunião com o objetivo de unir forças para a próxima eleição municipal, em 2020. Sob a organização da Defensora Popular, Josiane Isaías, dezenas de parnanguaras discutiram o papel feminino na política.

De acordo com Josiane, é necessário que haja uma união das mulheres para que seja possível a representatividade da classe em todos os âmbitos sociais, especialmente na política, tanto na Câmara Municipal de Vereadores, quanto na presidência de associações de bairros da cidade.

A mulher não faz parte da política, ela apenas cumpre a porcentagem de cotas necessária para que o partido lance os candidatos. Nós vamos mudar esta situação, não seremos mais apenas uma parcela, mas estaremos inseridas e representando a todas e todos no ambiente político”, diz.

O resultado da reunião foi o surgimento da campanha #MulherVotaEmMulher, que deve ser amplamente divulgada desde já, especialmente nas redes sociais. “Queremos que as mulheres compreendam que podem fazer parte da política, que são tão capacitadas quanto os homens. Também precisamos do apoio delas, pois somos as únicas que entendem o que passamos. Então, mulher vota em mulher”, declara Josiane.

Entrega de rosas

Durante a reunião, a Presidente da Associação de Moradores da Ilha dos Valadares (AMIV), Mirian Mathias, realizou um ato simbólico em resposta às perseguições que vem sofrendo devido à reeleição para a direção da entidade comunitária. Ela entregou às mulheres presentes uma rosa branca, simbolizando respeito e união. “Cada um oferece aquilo que tem. Enquanto meus ofensores tentam me atingir com mentiras e violência, eu ofereço respeito. Nenhuma mulher merece passar por este tipo de abuso, merecemos flores todos os dias”, diz Mirian.

Para a moradora do bairro, Catiane Brito, Mirian está sendo vítima destas agressões virtuais e psicológicas devido ao bom trabalho desempenhado à frente da Associação de Moradores. “Nós sabemos que estas perseguições são obras da oposição, que não aceita o bom trabalho que ela faz para o bairro como um todo. Os cursos ofertados, as cestas básicas adquiridas por meio de doação, as benfeitorias conquistadas para a Ilha dos Valadares, todo o trabalho dela merece reconhecimento”, afirma.