Acusado de matar homens a tiros é preso pela Polícia Civil em Paranaguá
A Polícia Civil prendeu, na quarta-feira, 24, Leandro Nunes dos Santos, de 18 anos, apontado como o autor dois homicídios ocorridos no início de 2021, na cidade de Paranaguá. A primeira vítima foi Cleiton Nunes Martins, 25 anos, assassinado com cinco tiros no bairro Serraria do Rocha. O outro crime aconteceu no domingo, 7 de março, na Avenida Governador Manoel Ribas, quando André Vitor Nascimento Lourenço, 25 anos, foi morto com nove disparos, na região conhecida como Catingueiro, Bairro Industrial.
Segundo a investigação, Leandro é suspeito de ser integrante de uma facção criminosa e teria praticado os crimes motivado pela disputa do tráfico de drogas na cidade. Ele foi preso no mesmo bairro em que Cleiton foi assassinado e, na ação, houve a apreensão de uma pistola 380 municiada, a qual teria sido utilizada neste homicídio.
Em entrevista coletiva realizada na tarde de quarta-feira, na Delegacia Cidadã de Paranaguá, o delegado Nilson Diniz trouxe detalhes do cumprimento de mais um mandado de prisão na cidade. “Cumprimos na manhã desta quarta-feira, o pedido de busca e apreensão deste indivíduo em razão da prática do homicídio ocorrido no dia 27 de fevereiro. Após as investigações, colhemos elementos que teriam levado a esse rapaz, como o autor do crime. No local também foi encontrado uma arma de fogo, que pode ter sido utilizada nesses crimes. Tudo indica que ele faça parte de uma facção criminosa aqui na cidade.” contou.
Leandro acabou autuado em flagrante por posse de arma de fogo, sem direito a fiança, devido a pistola estar com a numeração suprimida. Em seguida, ele foi recolhido ao setor de carceragem da Cadeia Pública, onde permanece à disposição da Justiça.
BRIGA DE FACÇÕES
Segundo o delegado, o crescimento de crimes contra a vida em Paranaguá, tem relação direta com as brigas entre facções que querem dominar os pontos de comércio de drogas na cidade, vindos de outros estados. “A disputa existia aqui em Paranaguá e nós já realizamos diversas prisões por causa disso, mas, nos últimos meses uma facção criminosa de Santa Catarina começou a se aproximar da fronteira com o Estado do Paraná e passou a ingressar no litoral. Com o acesso aos balneários teve início uma disputa para tomar pontos de comércio de entorpecentes na região, fazendo com que os crimes aumentassem”, disse o delegado.
LANCHONETE
Na ocasião, o delegado também falou sobre as investigações de outros dois homicídios que tiveram grande repercussão na cidade. Um deles foi a morte de João Eugênio Zavorne de Lima, 53 anos, em uma lanchonete no Jardim Iguaçu, na noite do dia 13 de fevereiro. Na ocasião, homens realizaram diversos disparos de arma de fogo contra a vítima, a qual não resistiu e morreu no local.
Diniz mencionou que João estava no local errado e na hora errada e que o alvo dessa ação seriam outras pessoas que não se encontravam no ponto comercial no momento do crime. “Nesse caso tudo indica que a vítima não tinha vínculo com o tráfico de drogas e que ela se encontrava no local e na hora errada. Já identificamos quais eram os alvos deste crime e essas pessoas já foram ouvidas aqui na delegacia. Nós estamos preocupados quando pessoas sem vínculo com essa briga de facções começam a morrer e, em razão disso, nessas áreas a Policia Civil vai estar mais presente e irá agir para impedir que essa disputa acabe com a vida de inocentes”, declarou.
LATROCÍNIO
O delegado ainda falou sobre as investigações da morte do caminhoneiro Itacir José Krabbe, de 45 anos, assassinado dentro do seu caminhão, no Parque São João, no dia 16 de março. O delegado informou que, durante as investigações, foi possível identificar uma pessoa que participou diretamente do roubo e morte do motorista.
O crime foi realmente caracterizado como latrocínio (roubo seguido de morte), já que objetos de valor foram levados pelos criminosos. “Não temos mais dúvidas que esse caso foi um latrocínio. Nós já identificamos uma pessoa que estava no momento do crime e tem envolvimento direto nessa execução, e outras duas pessoas estão sendo investigadas. Três pessoas praticaram esse crime e uma delas já possui histórico criminal e uma ordem judicial de prisão em seu desfavor. Então, se ela for pega em qualquer lugar será recolhida. Quanto a outros envolvidos, estamos buscando materiais que comprovem a participação no crime para que possamos fazer o pedido de prisão preventiva”.
Ao final da coletiva, o delegado Diniz reforçou a importância da comunidade estar alinhada com a segurança pública, auxiliando por meio de denúncias e repassando informações de qualquer crime que venha a ser cometido no litoral. “Nós disponibilizamos alguns canais de informação de denúncia anônima, como os telefones 34203612 e 181, onde estamos recebendo informações de outros crimes também. Os dados são mantidos em total sigilo. Precisamos que a população trabalhe em conjunto com a Polícia Civil para que a nossa cidade volte a se tornar mais tranquila.”, finalizou.