Caminhoneiros autônomos pedem vacinação e SESA diz não ter data para começar
Os caminhoneiros autônomos, de todo o país, estão em busca da priorização da vacinação prometida pelo Ministério da Saúde. Em Paranaguá, representantes da categoria já haviam chamado a atenção para a importância da imunização dos motoristas e demonstraram que uma greve pode acontecer. Em nota, a Associação Nacional Pró Caminhoneiros e Transportadores (PRO-CAM) disse que tem reforçado os pedidos junto às autoridades.
Anderson Laverde, um dos líderes da última paralisação dos caminhoneiros, disse que eles apelaram para o governo, ouviram que as vacinas iriam chegar, mas ainda não há definição alguma. “Até agora nada! Só estão enrolando a gente. Precisamos da ajuda dos senhores governantes, porque se a ajuda não acontecer seremos obrigados a parar. Nós não queremos parar, mas teremos que fazer isso para que vocês tragam a vacina para nós. Acho que não tem necessidade disso. Se agilizem, queremos uma resposta!” desabafou o caminhoneiro.
Rodrigo Antunes, que também é motorista de caminhão disse que “prometeram que ia vir a vacina e até agora nada. Daí fica complicado. Vamos ter que reunir o povo, porque não tem como continuar trabalhando e correndo risco de vida, todos na incerteza que está. Somos linha de frente, sempre na frente, não somos valorizados. Na hora que precisamos não temos nosso valor reconhecido”.
Em nota, a PROCAM disse que está em contato com as autoridades para tentar agilizar o imunizante. “Estamos buscando acelerar o processo, mas a resposta que temos das autoridades, até agora, é que eles aguardam a chegada da vacina específica da Janssen, fabricada pelo braço farmacêutico da Johnson & Johnson. O governo estadual prometeu que o primeiro lote será destinado aos motoristas do transporte rodoviário, mas até agora não deu um prazo. Nos solidarizamos e nos revoltamos com o descaso e falta de empatia com o caminhoneiro que é uma das profissões que não parou até agora”, diz o texto.
A vacina da Janssen foi escolhida para aplicação nos caminhoneiros por ter a necessidade de apenas uma dose para a imunização completa contra a Covid-19. Dessa forma, o governo pretende evitar o transtorno para a logística do país, trazendo a necessidade de uma segunda dose e, consequentemente, a perda de caminhoneiros por, pelo menos, meio período fora das rotas de transporte.
O JB Litoral também procurou a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), que pontuou por meio da assessoria de imprensa que os caminhoneiros serão vacinados em suas cidades de residência e não em Paranaguá. Além disso, não há uma previsão para o início dessa vacinação. “Em breve, com a chegada de mais vacinas, a Sesa anunciará a vacinação dos trabalhadores caminhoneiros. A organização da vacinação nos municípios é de responsabilidade do próprio gestor municipal”, disse a assessoria.
Segundo a Portos do Paraná, apenas caminhoneiros registrados no sindicato de Paranaguá estão autorizados a receber a vacina prioritária para o setor portuário. Os motoristas reclamam que essa medida obriga a filiação em um órgão que eles não querem e que tem difícil acesso para contato. O JB Litoral tentou entrar em contato com o SINDICAM Paranaguá, mas nenhuma das ligações foi atendida.
Por Marinna Protasiewytch