Rodovia entre Morretes e Antonina será mantida por futura concessionária
O Ministério da Infraestrutura confirmou uma informação que interessa muito a quem circula pelo Litoral do Paraná, tanto a trabalho como a lazer: a rodovia PR-408 foi recolocada entre as obrigações de manutenção e atendimento da empresa que vencer a licitação do pedágio, a ser realizada nos próximos meses. Essa é uma conquista da comunidade de Antonina e Morretes, principalmente, que se empenhou durante as audiências públicas para argumentar que, devido ao tráfego de caminhões, o trecho não poderia ficar de fora de um programa de conservação constante.
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Os governos federal e estadual estão elaborando um projeto de concessão de rodovias para substituir os atuais contratos de pedágio, que vencem em novembro. A modelagem apresentada prevê a ampliação da malha pedagiada, instalação de mais 15 praças de pedágio (nenhuma no Litoral). O estudo propôs que o posto de cobrança, relacionado ao tráfego do Litoral, deve ficar no mesmo ponto do atual, em São José dos Pinhais. Antes de ser aberta a concorrência, a proposta ainda precisa do aval dos deputados estaduais e do Tribunal de Contas da União (TCU). Mais detalhes sobre o projeto, como o valor máximo de tarifas, devem ser divulgados em breve.
Impacto local
No contrato realizado em 1997, a PR-408 também não fazia parte das obrigações previstas, mas acabou sendo dada como lance. É que vencia a licitação quem oferecesse a maior quantidade de quilômetros de estradas de acesso ao Anel de Integração. Para o projeto atual, o primeiro desenho mantinha como trecho a ser cuidado pela concessionária a BR-277, até Paranaguá, a Alexandra-Matinhos e a ligação até Pontal do Paraná, excluindo a ligação com Morretes e Antonina.
João Arthur Mohr, consultor sobre Logística da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), comenta que as justificativas usadas pelos representantes de Morretes foram consideradas convincentes pela equipe técnica. “Foi destacado que a cidade é a terceira que mais recebe turistas no estado, atrás apenas de Curitiba e Foz do Iguaçu, e que corria o risco de ficar com o acesso esburacado, caso não houvesse a manutenção constante”, conta. As dificuldades viárias poderiam afugentar os visitantes.
Outro argumento apresentado é de que muitos caminhões, que vão descarregar em Paranaguá, costumam buscar fretes de retorno no Porto de Antonina, usando a rodovia Miguel Buffara. “Pelo turismo e pelo porto, além da prevenção de acidentes, foi considerado importante garantir que aquele trecho fosse bem cuidado”, comentou. Ele destacou que os prefeitos de Morretes e Antonina, Junior Brindarolli (PSD) e José Paulo Vieira Azim (PSD), respectivamente, se empenharam muito para conseguir alterar o projeto inicial e garantir a inclusão da rodovia na malha a ser concedida. Mas o trecho entre Morretes e o distrito de Porto de Cima será excluído das obrigações da futura concessionária, com a manutenção sendo repassada para o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Entenda a proposta
Como o JB Litoral mostrou em março, os acessos ao porto de Paranaguá, como as avenidas Bento Rocha e Ayrton Senna, foram incluídos nos trechos sob a responsabilidade da nova concessão. Além da recuperação do pavimento na zona urbana, estão previstas obras, como pista tripla na Serra do Mar, algumas marginais, viadutos, iluminação e ciclovias. As rodovias do Litoral devem fazer parte do Lote 2, que tem também um trecho no Norte Pioneiro, totalizando 589 quilômetros.
Pelo projeto, a maior parte das intervenções deve ser executada cinco anos depois do começo do contrato. Em tese, quanto mais cedo as obras são realizadas, mais cara fica a tarifa, porque a concessionária precisa investir antes de arrecadar. A modelagem também prevê o chamado degrau tarifário, quando o valor a ser pago pelos motoristas sobe a partir da conclusão de obras. Ainda não se sabe se a duplicação da PR-407, prevista no projeto para ser realizada daqui a cinco anos, dispararia o aumento na tarifa.
Por Katia Brembatti