Cinzas do ex-jogador Sicupira serão lançadas na baía de Antonina; filha do ídolo deu entrevista ao JB

O maior artilheiro da história do Clube Athletico Paranaese morreu no último domingo (7), por conta de complicações pulmonares. O velório ocorreu na Arena da Baixada, na capital paranaense, palco do clube que lançou Sicupira ao estrelada.

O homem que virou livro, pelas mãos do jornalista Sandro Mosser, era conhecido como “Craque da 8” e foi homenageada por grandes personalidades, inclusive atletas que fizeram carreira no Coritiba e Paraná Clube.

Sicupira – Vida e Gols de Um Craque Chamado Barcímio, é a obra que retrata a vida de uma personalidade que chegou a dar nome ao 1º turno do Campeonato Paranaense em 2019, sendo homenageado ao lado do ídolo coxa-branca Dirceu Krüger, esse sendo representado no retorno da disputa. Com o falecimento que entristeceu o furacão, a família informou que o último ato de homenagens ao jogador histórico será o momento em que jogarão as cinzas de Sicupira na Baía de Antonina. O ato está programado para ocorrer.

A filha do atleta, Flávia Sicupira, de 44 anos, conversou com exclusividade com o JB Litoral e afirmou que o pai foi quando deveria ir. “Nossos últimos momentos foram um pouco tensos, porque ele veio morar na minha casa no começo do ano. Ele começou com os problemas de saúde em 2003 e nos últimos 2 anos piorou. Ele teve problemas por conta do cigarro e não podia mais morar sozinho. Ele tava super bem, era uma pessoa ativa e independente. Em setembro ele teve que fazer um procedimento no pulmão e desde então a saúde dele ficou bem debilitada. Mas ele jamais perdeu o brilho, a graça, estava sempre fazendo piada. A gente chegou a conclusão que ele lutou bastante para ficar. Ele ficou lúcido até o último instante, ele foi o Sicupira até o fim“, diz.

A relação com Antonina era algo Barcímio sempre deixou claro, desde o afeto pela cidade, até a diversão em momento tradicionais. Para Flávia, é importante realizar os desejos do craque. “Sempre quando a gente tava em família, surgia o assunto do que faríamos quando alguém morrer. De uns tempos para cá ele disse que, se ele morresse, queria ser cremado e que as cinzas dele fossem jogadas na Baía de Antonina. Na verdade, meu pai tem uma relação muito antiga com o município. Meu pai gostava muito de ir pescar. Ele tinha muitos amigos que tinham barcos, então eles iam sempre para Antonina pescar. Ele gostava muito do carnaval da cidade. As vezes ia para Antonina passar a temporada de verão. Era uma relação de amor com Antonina. Nós vamos honrar o último pedido dele. Quando tivermos oportunidade a gente vai para o município lançar as cinzas dele ao mar“, explica

Além de Flávia, Sicupira tinha mais três filhos, um homem e duas mulheres, mas, além dos familiares, o jogador camisa 8 era rodeado de pessoas que o admirável, já que ao longo da vida ele colecionou admiradores. “Meu pai teve muitos amigos, amigos leais. Eu queria destacar a torcida do Athletico. Os torcedores sempre tiveram uma relação extremista com meu pai. Havia muito carinho vindo dali. O pessoal da Radio Band B, que foi o último local que ele trabalhou. Por conta da pandemia, os amigos ficaram afastados por ele ser mais de idade. Mas grandes amigos foram ao velório se despedir. As pessoas em geral que o tinham como ídolo sempre buscaram estar muito próximas dele”, ressalta a herdeira.

A filha do ídolo ainda ressalta que, apesar de não ter uma data marcada para realizar o ato em Antonina, quem quiser acompanhar, será bem-vindo, afinal o pai era conhecido por muita gente e não seria justo restringir esse momento aos familiares, sendo que o amor ao sicupira era compartilhado entre milhares de paranaenses.