Sindicato dos Conferentes de Paranaguá completa 85 anos com festa de comemoração
Na sexta-feira (26), o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos do Estado do Paraná, o Confepar, celebrou 85 anos de fundação. Com uma história que se mistura com a evolução do Porto de Paranaguá, a entidade surgiu pela escassez de funcionários que fizessem o trabalho.
No início da década de 1930, era a própria administração portuária que realizava o trabalho de conferência de carga e descarga, juntamente com as agências marítimas. Quando havia falta de funcionários, buscava-se trabalhadores portuários avulsos, os TPAs, para fazer o trabalho. Foi dessa necessidade que o Confepar nasceu.
A confirmação aconteceu no auditório do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva), em 28 de maio de 1938, quando o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos do Estado do Paraná foi referendado por unanimidade.
O primeiro presidente da categoria foi Olympio Tocheton; 85 anos depois, José Eduardo Antunes, um dos últimos sindicalizados a ingressar no quadro, no ano de 2008, e um dos mais jovens associados do Confepar, é quem representa a classe dos conferentes. Com ele, chegam à entidade novas ideias e a busca pela renovação de pessoal.
Renovação de pessoal
Atualmente, são cerca de 60 associados, grande parte deles acima dos 70 anos e, alguns, com mais de 80. “Temos uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Trabalho em andamento, que visa colocar novas pessoas no quadro do sindicato, tudo via OGMO. A expectativa é da renovação dos conferentes até o final de 2023”, conta Antunes.
Ele informa que a contratação de mais pessoas será feita via seleção pública e, a princípio, 30 novos conferentes são esperados. “Acredito que mais 30 pessoas no quadro resolveria nosso problema de falta de gente, tendo em vista que temos um quadro bastante envelhecido; os conferentes mais jovens, eu e o nosso diretor Administrativo Financeiro, Accacio Fernandes Neto, temos 45 anos”, diz.
Sem CCT desde 2014
“Esquecido” nos últimos anos, já que desde 2014 a categoria está sem Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – uma importante ferramenta de gestão que garante que os sindicatos e os trabalhadores tenham voz para exigirem seus direitos trabalhistas – e a última reposição salarial aconteceu em 2017, o sindicato, através de sua atual gestão, vem trabalhando para resolver esta situação.
“Nossa luta é por assinar um novo instrumento coletivo de trabalho com os operadores portuários, tentando manter nossas equipes como são, buscando reposição inflacionária, reajuste e avançar para obter novo mercado de trabalho e novas funções e atividades portuárias, como a descarga de fertilizante por esteira rolante”, explica Antunes.
A busca pelas novas atividades portuárias, inclusive, foi judicializada pelo Confepar contra o Sindicato dos Operadores Portuários (SINDOP). No momento, a ação encontra-se suspensa para fins negociais, demonstrando a boa-fé entre os sindicatos. A expectativa é de que até o final do ano a questão seja resolvida.
Além disso, a nova CCT também está em negociação com o SINDOP. “Temos uma nova assessoria jurídica e econômica que está prestando todo auxílio nessa discussão da nova convenção. A perspectiva é que até o fim do ano haja uma nova CCT, com novas taxas e remuneração melhor para os conferentes”, afirma o presidente.
Metas da atual gestão
Antunes destaca que os pilares da atual gestão, que começou no início de 2023 e segue até 2025, são: assinar a nova CCT; renovar o quadro da categoria e; realizar a manutenção do patrimônio da entidade. Sobre esta última, as ações já começaram, pois o sindicato já está promovendo melhorias na sede, localizada na Rua Nestor Victor, 856, e fez a renovação de parte do mobiliário.
Além disso, há planos para a Chácara dos Conferentes, que fica na Vila Cruzeiro. “Pretendemos, eventualmente, vender o imóvel ou fazer alguma parceria no sentido de tornar aquela belíssima chácara útil e rentável”, informa o presidente.
Segundo ele, o propósito da atual gestão é o de reconstruir pontes com a sociedade civil e setor patronal, além de reinserir o sindicato na sociedade parnanguara, promovendo o diálogo que, para o presidente, foi interrompido nos últimos anos. “Queremos recolocar o sindicato como um importante ator no cenário sindical local e nacional, promovendo uma vida longa ao Confepar para que ele tenha, pelo menos, mais 85 anos de participação efetiva, sólida e importante no mundo trabalhista portuário e sindical”, conclui.