Ação de limpeza na Ilha do Mel retira quase 1 tonelada de lixo dos oceanos


Por Redação JB Litoral Publicado 07/05/2021 Atualizado 16/02/2024

Por Marinna Protasiewytch

Um projeto chamado de “Pague seu Ingresso” promoveu a limpeza da Ilha do Mel no último dia 30 de abril, em Paranaguá. Com a proposta de deixar o oceano mais limpo, uma empresa da iniciativa privada e uma ONG se juntaram para fazer acontecer. Cerca de 800 quilos de materiais foram retirados das águas da ilha pelos 22 voluntários, que contaram com o apoio de três barcos e permaneceram durante duas horas no local. “O projeto surgiu há 14 anos, ficamos com menos ações no ano passado por causa da pandemia, mas como veio a questão da década do oceano, então pensamos em usar essa conscientização novamente, usar esse ato para reforçar essa informação da ‘década do oceano’”, contou Sabrina Eggert, sócia-diretora da Oceano Surfwear, empresa privada que fomenta o projeto ambiental.

Material já recolhido pela ONG em outras ações no litoral. Foto: Divulgação

Parceira no projeto de limpeza da praia, a ONG Ecolocal realiza a parte de transformação dos resíduos. Tudo o que é coletado, durante as ações, é levado para o descarte de maneira ideal ou para a transformação por meio da reciclagem. “O panorama que temos da Ilha do Mel é que a gente recolhe mais resíduos como isopor, garrafa pet e corda utilizada na pesca. É fácil de identificar esses resíduos porque são flutuantes. Lâmpada a gente encontra muito, a última ação que fizemos pegamos mais de 40 lâmpadas”, contou Filipe Toledo, da Ecolocal.

Quase todos os voluntários são nativos da Ilha do Mel, a proposta é sempre envolver a comunidade local por intermédio dessas atividades, pois são eles que convivem no local e acabam desfrutando da ação. “Os moradores são bem engajados nessa causa, participam de várias ações que são feitas por lá”, disse Sabrina.

Processos

Todo o material retirado é filtrado e separado pelos voluntários. Por meio de barcos, eles são levados até o continente, onde ocorre o direcionamento para locais de descarte ou reaproveitamento. Segundo Filipe, existem duas opções: reciclar ou compactar para transformação.

Na primeira opção, principalmente lixos plásticos, são levados para empresas que realizam o aproveitamento do material. A Oceano Surfwear, por exemplo, produz uma linha de roupas exclusivamente com material pet reciclável. “A gente tem alguns produtos que possuem uma característica: o máximo sustentável possível, camisetas feitas de garrafa pet, outras com material orgânico, calça jeans com algodão orgânico. Por isso, nosso projeto se divide em três grandes frentes: ação, conscientização e o produto”, explica a CEO da marca.

Ação no pico de Matinhos

Como o projeto possui mais vertentes, a ideia é atingir 10 pontos de praias entre o sul e sudeste do país. No Paraná, além da Ilha do Mel, a proposta é reunir os moradores e voluntários também para fazer a retirada de lixo do pico de Matinhos, na praia central, uma das principais faixas de areia da cidade.

Muito utilizada por surfistas, o local também é sempre cheio de turistas, que aproveitam o mirante da cidade para ter uma vista completa do mar e a divisão entre a praia central e Caiobá. Ainda não há data definida para a limpeza, já que as organizações aguardam sempre os decretos municipais para evitar aglomerações e atuam, também, na prevenção ao coronavírus.