Ação solidária beneficia 200 famílias em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 18/06/2020 Atualizado 15/02/2024
Foto: JB Litoral

A pandemia do coronavírus (Covid-19) fez com que as pessoas mostrassem um novo comportamento diante das dificuldades. Enquanto uns apertam os cintos nestes tempos difíceis, outros já não tem mais o que cortar. São várias famílias em Paranaguá que, normalmente, já sobrevivem de baixa renda. A crise também trouxe à tona uma face humanitária, algo que talvez sempre estivesse lá, mas que não tinha a oportunidade de se apresentar.

Na manhã da quarta-feira (17), o salão paroquial do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio ficou lotado de gestos de boa vontade. As empresas Cattalini Terminais Marítimos e Rocha Terminais Portuários e Logística, em parceria com a Associação de Surf de Paranaguá (ASPAR) e a Reitoria do Santuário, realizaram uma arrecadação em que toda a comunidade pode participar. Cerca de 6. 600 peças de roupas foram arrecadadas para aquecer aqueles que neste momento mais precisam não apenas de calor humano. “Cada uma das peças passou por uma triagem e um processo de higienização como medida de segurança no combate a propagação da COVID-19. Com isso, conseguimos dar mais eficiência a este trabalho”, declarou Thiago Luiz Haus, representante da Rocha.

Em apenas 40 dias, pouco mais de 100 funcionários se uniram e fizeram algo relevante pelo próximo. De acordo com Fábio Jorge, responsável pelo controle da Cattalini, desde o início de maio muitos colaboradores se empenharam dia e noite para conseguir as doações. “É muito reconfortante ver tanta gente envolvida e focada em fazer o bem ao próximo. Em um momento tão complicado em que vivemos, é recompensador saber que temos funcionários tão solidários. Nada disso seria possível sem o apoio deles e de seus familiares”, disse Jorge.

Novos carentes

O Santuário do Rocio trabalha há tempos com doações de alimentos para famílias carentes. Ao todo, são 50 famílias cadastradas de bairros próximos à igreja. Com a pandemia este número quadruplicou e as doações precisaram ser mais abrangentes. Hoje são roupas, calçados, cobertores e até brinquedos. Padre Dirson, reitor do santuário, diz que “esta crise humanitária trouxe os novos carentes, e com esta ação beneficente é possível acalentar e diminuir o sofrimento de muitos”.

Durante a apresentação de todo o material arrecadado, Dona Maria de Fátima, uma moradora da Vila Rute falou das dificuldades que enfrenta no dia a dia. Há alguns meses, a casa da aposentada pegou fogo e o pouco que ainda tinha, foi consumido pelas chamas. Muito emocionada, Dona Maria recebeu das mãos de uma das funcionárias da Cattalini um cobertor. Um ato simples, mas que não vai apenas aquecer o corpo cansado desta senhora, mas também a alma. “Não sei como agradecer todo esse carinho. Se não fossem essas doações com certeza, o inverno seria ainda mais sofrido para a minha família”, revelou.

Próximos passos

Alessandro do Rosário faz parte da gestão da ASPAR pela primeira vez e uma das condições para aceitar o cargo foi desenvolver causas sócio-político-ambientais. Segundo ele, a parceria veio bem a calhar com todos estes objetivos. “Quando apresentei o projeto para a Cattalini a aceitação foi imediata. A direção da empresa abraçou a causa e agora, já podemos pensar em dar uma sequência nesse projeto. Temos a intenção de realizar a campanha com a arrecadação de materiais de higiene pessoal”, idealiza Alessandro.