Acusado de estupro contra criança em Matinhos está foragido; delegada pede ajuda para encontrá-lo


Por Luiza Rampelotti Publicado 09/02/2022 Atualizado 17/02/2024
Procurado por estupro de vulnerárvel

A entrevista concedida pela delegada da Polícia Civil de Matinhos, Sâmia Cristina Coser, ao JB Litoral, na última quarta-feira (9), mostrou a importância da educação sexual para as crianças com o intuito de prevenir e enfrentar o abuso contra elas e adolescentes. Na ocasião, ela divulgou a situação do estupro contra uma menina de 9 anos, na cidade, e pediu ajuda da população com informações que levem ao paradeiro de Deivid Santos Ribeiro, de 40 anos, acusado de cometer o crime.

Linha do tempo: o abuso sexual veio à tona em outubro de 2021, quando os pais da menina estavam assistindo uma reportagem que tratava sobre violência sexual na televisão. “Com a reportagem, eles aproveitaram para entrar no assunto com a filha e passaram segurança para ela dizendo que se lhe acontecesse qualquer coisa, deveria contar para eles, que estavam ali para protegê-la”, conta a delegada.

Ao falarem sobre isso, a menina decidiu, espontaneamente, revelar que estava sofrendo abuso desde 2019 por um parente que morava na casa ao lado. O crime era praticado mediante ameaça, já que Deivid dizia que se ela contasse aos pais ou a alguém, a mataria e a seus pais.

Esse homem, Deivid, era muito próximo à família, era vizinho. E já tem antecedente de ter praticado crime semelhante, em Curitiba, mas, quando saiu da cadeia, veio para Matinhos e sempre se mostrou arrependido do ato que havia cometido, muito solícito e de boa vontade, acabou conquistando a família que não desconfiou, em momento algum, do que vinha sendo feito”, revela Sâmia.

Delegada Samia Coser
Delegada Sâmia Coser está à frente da busca pelo suspeito. Foto: Diogo Monteiro/JB Litoral

Já matou outra menina de 10 anos

Não é a primeira vez que Deivid comete crime contra uma criança. Em 2012, ele foi preso após confessar ter assassinado a facadas sua prima de segundo grau, de 10 anos de idade, em Curitiba.

No interrogatório com a polícia, ele também confessou que, em 2010, chegou bêbado à casa em que a menina morava e passou a mão em suas partes íntimas. O abuso foi descoberto depois, quando a garota acordou gritando. Ele foi expulso do convívio na casa, mas logo foi perdoado e passou a morar na residência.

De acordo com a delegada de Matinhos, na época, Deivid foi considerado inimputável, ou seja, uma pessoa com problemas mentais, que não responde pelos próprios atos e foi internado em um hospital psiquiátrico. “É revoltante ele estar nas ruas. Uma pessoa inimputável responde por medida de segurança e fica em um hospital psiquiátrico por até 30 anos. No caso dele, cinco anos depois do internamento, alguém entendeu por bem que já estava apto a sair do hospital e fez a propositura dos documentos necessários. O juiz concordou com uma insanidade dessas e a pessoa que abusou e matou a facadas uma criança de 10 anos foi posta em liberdade, em 2018”.

Saiu da cadeia e logo cometeu outro crime

Em liberdade desde 2018, Deivid encontrou, em Matinhos, um local de residência junto a outros parentes. Porém, já em 2019 ele começou os abusos contra a outra vítima, na época com 7 anos. “Ele falava que se ela não praticasse os atos e se contasse a alguém, faria com ela o que fez com a outra criança. Cadê o arrependimento? Ele é um pedófilo, psicopata, não tem como estar na rua. Lugar de pedófilo é na cadeia, em prisão perpétua”, se revolta Sâmia.

A delegada conta que após ouvir a família e a criança, que confirmou tudo, o inquérito policial foi concluído e feito o pedido de prisão. Porém, Deivid já havia fugido, uma vez que a família foi confrontá-lo assim que descobriu sobre o caso.

Estávamos tentando encontrá-lo e prendê-lo de surpresa, mas não conseguimos porque teve a oportunidade de fugir. Quando a família da menina o confrontou, ele confirmou o abuso, disse que não conseguiu se conter e fugiu. Desde então, estamos procurando por ele”, diz.

Como Deivid não possui vínculos familiares, a Polícia Civil está tendo dificuldades para descobrir o seu paradeiro, que pode estar vivendo em situação de rua em qualquer cidade do Litoral ou, ainda, em outro Estado. Por isso, o apoio da população é fundamental para a captura e prisão do sujeito, considerado de alta periculosidade pela polícia.

Preste atenção em alguém que venha pedir algum emprego para você. Preste atenção no rosto desse homem. Se ele tiver oportunidade, vai praticar novamente estupro contra outra criança”, destaca Sâmia.

Assista a live realizada pelo repórter Diogo Monteiro sobre esse caso:

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Publicado por JB Litoral em Quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Acompanhe na próxima edição impressa do JB Litoral, segunda-feira (14), uma reportagem ainda mais completa sobre este tema.