Água e esgoto invadem casas e moradores protestam contra CAB Águas de Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 17/06/2014 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 01h51

Um final de semana de muito estresse, prejuízo e mau cheiro. Foi o drama que viveram alguns moradores do bairro da Costeira, em Paranaguá, mas precisamente os residentes nas ruas Teodorico dos Santos e João Pessoa, próximo da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que está em fase de conclusão.

A chuva que caiu no sábado aumentou o fluxo de água na obra de contenção do esgoto no Canal do Chumbo e a barreira não conseguiu conter o escoamento de esgoto que transbordou e invadiu casas e o Centro Comunitário do bairro.

A situação ficou crítica nas ruas citadas e nas ruas Ermelino de Leão e Rodrigo Alves, que se transformaram num verdadeiro rio de água suja. A casa de um morador, conhecido por Gaúcho, vizinha a ETE foi uma das mais afetadas, onde água e fezes alagaram o terreno e entraram em sua residência causando grandes prejuízos. Os moradores tentaram, em vão, fazer o escoamento das águas sujas no sábado e no domingo (6 e 7), através de mutirão, mas não tiveram sucesso.

Revoltados com a situação, na segunda-feira (9) pela manhã, os moradores realizaram um protesto pacífico, queimando pneus para chamar atenção das autoridades no sentido de buscar solução aos problemas criados e evitar novos alagamentos. De acordo com o presidente da Associação de Moradores, Celso Roberto de Lima, o problema surgiu pelo desvio do rio Chumbo pela CAB, que foi represado, mas a vazão de água é pouca e com o volume de água da chuva, tudo transbordou e espalhou água e fezes no bairro. O líder comunitário disse que moradores sofreram prejuízos, entre eles o morador conhecido por Gaúcho que foi um dos mais prejudicados. “Queremos resolver o problema, porque se chover de novo vai inundar tudo de novo”, disse o presidente.

Moradora há 60 anos no bairro, Osmarina Andrade Petruy, disse que na manhã de sábado se deparou com a sua garagem inundada de água com fezes. “Nunca sofremos este incômodo”, disse Osmarina. Por sua vez, o morador Ricardo Scremim, disse que viveu um final de semana lamentável. Ele disse que apesar da CAB estar fazendo uma benfeitoria, eles deveriam se informar com os moradores sobre o fluxo de água no bairro. Segundo Ricardo se chovesse uma hora a mais, a situação seria mais grave. “Tudo foi devido a chuva e se ocorresse a maré de lua cheia, a coisa seria bem pior porque o fluxo seria maior”, explicou Ricardo.

O ex-presidente do bairro, Maickon Chemure, disse que havia alertado a CAB para este tipo de problema que acabou ocorrendo. Ele conta que até mesmo a reposição do trecho da via pública onde foram abertas valetas, está perigosa e soltando os blockrets.

A reportagem do JB procurou a empresa para falar sobre o assunto e, em nota, a concessionária disse  que a “situação do alagamento ocorrido neste fim de semana no Bairro Costeira, se deu diretamente na região do Canal do Chumbo, em decorrência da influência da maré alta, somando às fortes chuvas, o que ocasionou o alagamento na região, assim como em diversos outros pontos da cidade. A empresa informa que irá reavaliar o projeto relacionado às obras de esgoto do bairro, para ver se existe relação com o acontecido”.