Apesar da pandemia, Sindtrab apresenta grande demanda de serviços em Paranaguá


Por Cleverson Teixeira Publicado 25/05/2020 às 18h19 Atualizado 15/02/2024 às 10h34

O Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral (Sindtrab), o antigo Sindicato dos Ensacadores, não sentiu os reflexos da Covid-19 nas atividades desempenhadas na movimentação portuária e armazéns de retaguarda. Composto por, aproximadamente, dois mil associados, segue desempenhando o seu papel, diariamente, nos postos de serviços, como, sacaria, linha de soja, farelo e milho, operação de máquinas e conferências.

Segundo o presidente do Sindtrab, Lindonei Santos, o que mudou, com a chegada da pandemia, foi apenas a maneira de como eram feitas as chamadas dos trabalhadores. Com a determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas devem manter uma certa distância umas das outras e evitar aglomerações, além de todo o procedimento de higiene que deve ser adotado. Com isso, as chamadas passaram a ser via aplicativo de mensagem.

“Para nós, no começo, foi uma mudança radical, porque as nossas chamadas eram feitas presencialmente. Estamos fazendo a habilitação dos trabalhadores pelo WhatsApp. A adaptação foi difícil, mas, graças a Deus, estamos conseguindo suprir todas as demandas. Foi uma grande evolução. Depois disso, a maioria dos trabalhadores está pedindo para que a chamada continue sendo feita dessa forma, mesmo com a volta à normalidade”, disse o presidente.

Ainda de acordo com Lindonei, para que os trabalhos on-line fossem possíveis, o sindicato precisou contar com a ajuda de quatro fiscais gerais, secretário e da diretoria sindical, os quais revezam os acompanhamentos das chamadas durante a semana, que acontecem todos os dias, com início às 5h, 11h e 19h.

Demanda de Trabalho

Conforme o presidente, a mão de obra cresceu consideravelmente neste momento de pandemia. Para dar conta da quantidade de trabalho, foi necessária a contratação de novos associados. “Agradecemos a Deus, todos dias, porque a nossa demanda está muito grande, está enorme. Tanto é que, esses dias, precisamos contratar umas 50 pessoas, porque estava começando a faltar gente para trabalhar. Mas estamos suprindo todas as necessidades”, afirmou.

E não são apenas os homens que realizam os serviços. O Sindtrab conta com mais de 600 mulheres. Dessas, cerca de 130 são chamadas por dia para a área de Serviços Gerais. Já o número de homens convocados, diariamente, chega a 300. O Sindicato conta, também, com mão de obra avulsa, a qual recebe por produção.

Sindtrab em Antonina

O ano de 2020 começou com novidades para o Sindicato dos Ensacadores. A diretoria conseguiu estender o seu mercado para a cidade de Antonina, onde foi convocada pelos Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF). A prestação de serviço, no Porto privado, foi realizada na descarga de mercadorias de 50 quilos.

Segundo Lindonei, além de ter servido como um teste, a experiência de trabalhar em outro município serviu como vitrine para futuras oportunidades. “O serviço, em Antonina, parou, mas eles gostaram muito e vão analisar a nossa volta. Eles disseram que as portas estarão abertas para o nosso trabalho. Iremos conversar, na sequência, para ver se conseguimos voltar a desempenhar o nosso trabalho no terminal”, relatou.

A diretoria luta para trabalhar na faixa primária do Porto de Paranaguá. Para o presidente, esse é o sonho de toda a classe dos ensacadores, que, segundo ele, tem capacidade suficiente para mostrar serviço. “Essa luta já vem de anos e não vamos parar de lutar enquanto não conseguirmos. Queremos uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho, aqui, no Porto da cidade. Esse é o nosso próximo objetivo”, concluiu.

Afastamento de colaboradores

Os sindicalistas que pertencem ao grupo de risco da Covid-19, ao analisarem a importância do isolamento, resolveram se afastar por conta própria. De acordo com o Sindtrab, cerca de 50 associados estão fora das atividades. Esse afastamento não resultou em prejuízos, já que é possível renovar o quadro de pessoal da associação.

Os trabalhadores que não estão à frente dos serviços, neste período, recebem apoio da entidade. São distribuídas cestas básicas aos afastados e outras ajudas, como, o pagamento de luz e água, em alguns casos. Aos associados que não pararam, o Sindtrab distribuiu máscaras e álcool.