Após agressão, jovem fica com marcas e pede justiça


Por Publicado 26/10/2020 às 22h40 Atualizado 15/02/2024 às 16h47

Na quinta-feira (22), a jovem Nathalia Bezerra Valles, 19 anos, procurou o JB Litoral para relatar o fato ocorrido na madrugada do dia 04 de outubro deste ano, em uma casa noturna, localizada no bairro Raia, em Paranaguá, o qual a deixou com marcas em seu rosto, tórax e braço.

De acordo com ela, a confusão começou após provocações de Kessily Cândido, ex-namorada do seu amigo Lucas Souza. “Cheguei no Smoke Club e soube que a Kessily também estava lá e, assim que me viu, pediu para que o proprietário me retirasse, porque eu era menor, mas ele se recusou, pois já havia conferido o meu documento e sabia que eu era maior de idade”, iniciou.

Em seguida, a confusão começou. “Ela passou por mim, derrubou bebida e me empurrou. Claro que eu fiquei nervosa, pois que mulher não ficaria brava ao ser molhada? Mas não revidei. Peguei o celular e enviei uma mensagem para o Lucas, avisando que ela estava me provocando e que pedisse a ela que parasse, pois não queria confusão”, relatou.

Porém, o tumulto estava apenas começando. “Foi tudo muito rápido. Para ter uma ideia, tenho uma foto no meu celular, que foi tirada à 1h58, onde estou com a aparência física intacta, já às 02h06min estava toda ensanguentada. Pois, nesse intervalo de tempo, a Kessily veio até mim perguntando, de forma agressiva, porque eu tinha mandado mensagem para o Lucas. Nisso, ela foi me empurrando para trás e me prendendo contra a parede. Para me defender, a afastei, mas ela acabou jogando a bebida, que estava na taça dela, no meu rosto”.

Momento da agressão

“A partir daí foi tudo muito rápido, pois ela veio na minha direção e eu consegui desviar, empurrando a cabeça dela para baixo. Em seguida, ela enfiou a taça, que tinha quebrado, no meu rosto. De repente, eu senti algo escorrendo pelo meu corpo, mas sabia que não poderia ser bebida. Foi aí que comecei a ficar tonta e parecia que meu globo ocular estava pendurado. Há pessoas que viram ela enfiando a taça no meu rosto, tirando, enfiando no meu peito, tirando, enfiando no meu braço”.

Após o ocorrido, Nathalia foi socorrida pelos amigos. “Como estava perdendo muito sangue, me levaram de carro para o Hospital Regional. Ao sair do local, a Kessily estava do lado de fora e eu a ouvi falando que iria me matar e que era para ter pego no outro olho também”. Devido aos ferimentos, a jovem conta que levou 25 pontos ao redor do corpo. “Foram 16 pontos na região do rosto, próximo ao olho, 7 no colo, um pouco acima dos seios, e mais 2 pontos no antebraço direito”.

Marcas físicas e psicológicas

Em suas fotos, nas redes sociais, é possível observar o quanto Nathalia cuida da sua aparência física. “Sempre fui vaidosa, pois utilizo a minha imagem para divulgar marcas de roupas, cosméticos e lojas. Então, sempre me cuidei, frequentei academia. Depois do que aconteceu é quase impossível me olhar no espelho. Só quero justiça, quero que ela pague pelo que fez. Pois não sou mais a mesma”, disse.

Segundo ela, até a publicação desta reportagem, Kessily não a procurou. “Ela não me procurou para saber como eu estava ou se precisava de algo. Se ela tivesse vindo falar comigo, oferecido apoio, talvez a situação fosse diferente. Mas, devido à omissão, acredito que ela não tenha se arrependido do que fez. Por isso, quero que pague perante a justiça e vou até o fim”.

“Não sou mais a mulher que saiu do serviço no dia três. Sou uma outra Nathalia. A primeira vez que me olhei no espelho, comecei a chorar. Mesmo que passe por uma cirurgia, não serei mais eu. Não tenho mais meu livre arbítrio, pois evito ir aos lugares que ela possa estar. As pessoas falam que eu estava na hora errada, no lugar errado, mas não estava. Não tenho que ficar fugindo de uma pessoa que não consegue se controlar por problemas pessoais”, completou.

O advogado Jean Paulo Pereira, representante de Nathalia, protocolou requerimento para instauração de inquérito policial e relatou que a agressora tentou contra a vida de sua cliente. “Estamos em busca de justiça e queremos que a Kessily pague pelo que fez. Pois não foi apenas uma simples lesão corporal, uma vez que estava com uma taça quebrada e que foi utilizada para cortar o rosto, o colo e o antebraço da vítima. Além do abalo psicológico e do prejuízo financeiro, Nathalia passará por uma cirurgia reparadora para voltar a sua fisionomia original”, explicou.

O outro lado

O JB Litoral falou com Kessily Cândido, porém, a jovem pediu para que entrássemos em contato com o seu advogado Thedeney Alencar.

Em nota, ele informou que Kessily de Cássia Santos Cândido, por intermédio de seus advogados regularmente constituídos, em razão da divulgação de matéria jornalística veiculada ao Jornal JB Litoral, com o título “Após agressão, jovem fica com marcas e pede justiça”, divulgada no dia 26/10/20, às 22h40, pela repórter Maisy Pires, vem a público se manifestar.

No dia 4 de outubro do corrente ano a Informante teve conhecimento de que, supostamente, a Srta. Nathalia Valles realizou noticia de crime, atribuindo-lhe a suposta prática de ilícito penal, em razão das várias publicações em redes sociais; Inclusive, pelas quais se noticiava que a Srta. Kessily se encontrava foragida.

Ato continuo, A Srta. Kessily procurou o escritório de advocacia que a representa e assina a presente nota com o desiderato de se verificar quais medidas poderiam ser tomadas; Logo após, foi entrado em contato com a Delegacia de Polícia local para se obter informações quanto aos gravosos fatos imputados.

Ressalta-se, desde logo, que foram encaminhados e-mails para a Delegacia de Policia solicitando informações sobre o eventual Inquérito Policial instaurado para apuração dos fatos narrados; Inclusive, após resposta, foi realizado protocolo, no dia 09/09/2020, de pedido de habilitação e informado o desejo da Informante em comparecer e prestar os devidos esclarecimentos.

Destaca-se, igualmente, que até a presente data não foi localizado qualquer boletim de ocorrência ou Inquérito Policial tendo a Srta. Kessily como parte, mesmo frente as várias buscas realizadas; Outrossim, que até a presente data não foi realizada qualquer notificação oficial para comparecimento.
Esclarece, por fim, que a Sra. Kessily sempre se colocou à disposição da Delegacia de Polícia a fim de prestar os devidos esclarecimentos, estando à disposição para o que se fizer necessário para o deslinde da suposta investigação, vez que os fatos noticiados lhe causaram inúmeros prejuízos e serão combatidos por meio de ações judiciais próprias para tal”.