Árvore natalina de crochê é construída por mais de 20 mulheres


Por Cleverson Teixeira Publicado 24/12/2020 Atualizado 15/02/2024

Com a aproximação do dia 25 de dezembro, não é difícil encontrar pelas ruas dos municípios enfeites natalinos, luzes e muitas cores. Em Guaratuba, uma árvore está chamando a atenção dos moradores e turistas que circulam pelo Terminal Pesqueiro, ao lado da Praça dos Namorados. Tudo isso porque o grupo “Amigas do Crochê e Tricô”, da cidade, resolveu presentear a região com uma árvore de crochê. Inspirado por voluntárias de Gaspar, SC, as quais também criaram o símbolo mais popular da celebração natalina com lã, em 2018, o grupo guaratubano contou com o trabalho de 23 mulheres. 

A advogada Sílvia Helena Buchalla faz parte do Amigas do Crochê. De acordo com ela, a ideia de confeccionar o enfeite e expor em praça pública surgiu por conta do amor à data do nascimento de Cristo. “Como somos apaixonadas pelo Natal, veio a ideia de construir a árvore com lã. Em setembro, fizemos uma proposta para a prefeitura, por meio de um requerimento, para que ela fosse colocada em lugar público. Recebemos o sinal verde e começamos a coletar as lãs. Construímos tudo com muito carinho, com muito gosto, para as pessoas terem um pouco de esperança, de alegria, porque está muito difícil este ano, né?”, contou.  

Construída por 23 mulheres, árvore ficará exposta até o dia 6 de janeiro

A produção começou no fim de setembro e se estendeu até o dia 20 de novembro. Os trabalhos foram realizados nas casas de cada participante por conta da pandemia. Ainda, segundo Buchalla, foram feitos cerca de 1.100 quadradinhos para revestir uma estrutura metálica de quatro metros.  Já os produtos para a construção da árvore, que foi instalada no dia 5 de dezembro e permanecerá no local até o dia 6 de janeiro, foram adquiridos por meio de doações e parcerias com o comércio local.  

Sílvia aproveitou para ressaltar as características das colaboradoras, as quais emprestaram as mãos e o talento durante da montagem da decoração natalina. “Todo mundo participou, colaborou, são mulheres de todas as idades. Tem pessoas que trabalham no comércio, tem gente que é dona de casa, técnico de enfermagem, diarista, cozinheira, doceira. Nós temos desde jovens até mulheres de mais de 80 anos”, complementou.  

Outra integrante, a dona de casa Adalgiza Rosane Barreto de Oliveira, de 55 anos, disse ao JB Litoral que olhar para o resultado é algo gratificante. Ela, que participa há dois anos da equipe de mulheres do crochê e tricô, contou, ainda, que ter partilhado o seu trabalho foi prazeroso. “Foi uma delícia, porque a gente vai lá na praça, perto da árvore, e sempre tem uma pessoa falando ‘nossa, que diferente, como ficou bacana. Quem será que fez?’. É uma sensação muito gostosa de ter participado, principalmente em saber que todo mundo está vendo, né?! Fiz em torno de 35 quadradinhos”, relatou.  

História e intenção do grupo de mulheres 

Criado há seis anos, o grupo “Amigas do Crochê e Tricô de Guaratuba” iniciou as suas atividades no bairro Nereidas e foi se espalhando para outras regiões do município. Composto por 23 mulheres, a intenção das componentes é fazer o bem aos mais necessitados. Durante o ano todo, elas fazem um trabalho de coleta de doações de lã e fios, para a confecção de roupas para bebês. “A gente faz enxoval para os bebês, que são doados para a maternidade do Hospital Municipal de Guaratuba, por meio das Secretarias do Bem-Estar Social e da Saúde. Fazemos, também, gorrinhos coloridos e mandamos para o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), de Curitiba, para as crianças”, afirmou Buchalla.  

Somente este ano, foram doadas 150 peças de roupas para a cidade de Guaratuba e 62 toucas de bebê para o HPP. Toda a produção foi finalizada em agosto. Como não possuem um espaço próprio, um estabelecimento comercial da região litorânea cede o local para as colaboradoras desempenharem a ação social. “Normalmente, antes do surgimento do coronavírus, a gente se reunia aos sábados, em um restaurante que nos emprestava o espaço. Fazíamos um café e íamos trabalhando”, disse a advogada.  

E as crocheteiras e tricoteiras já estão pensando nas confecções do ano que vem. O início dos trabalhos de 2021 já foi marcado para o dia 10 de janeiro, em que será organizado um almoço para o planejamento da coleta dos materiais que irão dar forma às roupas, mantas e gorros, os quais serão, mais uma vez, disponibilizados para os que mais precisam de ajuda.