Auditório, sede do Governo do Paraná, é o retrato do abandono em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 07/06/2018 às 17h33 Atualizado 15/02/2024 às 03h24

Das 399 cidades do Estado, poucas tiveram a honra de sediar o Governo do Paraná por um dia e, Paranaguá, uma delas, mantém em total estado de abandono o Auditório Municipal Drº José Martins do Carmo, palco deste feito histórico, realizado em razão da comemoração do Sesquicentenário da Emancipação Política do Paraná, ocorrida dia 12 de novembro de 2003, no Palácio São José.

Restaurado pelo Prefeito Mário Manoel das Dores Roque (MDB), pai do atual Prefeito Marcelo Elias Roque e do Presidente da Câmara Municipal Marcus Antonio Elias Roque, ambos do PODEMOS, o auditório ganhou o nome do Vice-prefeito José Martins do Carmo, por meio do Decreto Municipal 708/2001, assinado pelo Prefeito Mário Roque e pelo então Secretário Municipal de Administração e Segurança, João Mendes Filho.

Governador discursa ao lado do presidente da ALEP e do TJPR. Foto/JB Litoral

Usado por mais de uma década para os mais diversos eventos realizados pela prefeitura e até mesmo por outras entidades, por muitos anos, foi utilizado, também, pelo Prefeito Roque para sorteio e distribuição de prêmios para contribuintes que quitassem o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) à vista e não tivessem débito com o imposto dos anos anteriores.

Em dezembro de 2009 o auditório foi palco do 1º Festival de Cultura Vaishnava “Indiana”, promovido pela parnanguara Rosana Elias Fernandes, na época, Govinda Dasi e que teve apoio da Fundação Municipal de Cultura (FUMCUL).

Entoando mantras ao som de tambor, Govinda Dasi, mostrou um pouco da dança clássica bharatanatyam, com a apresentação de Tania Fraguas, Presidente da Associação de Yoga do Paraná (Aypar) e da bailarina do Portal Holístico, Vivian Santos.  As duas deram um show de dança.

O auditório também foi marcado por importantes acontecimentos, entre eles, a formatura da segunda turma da Guarda Civil Municipal, em 2002, corporação também criada por Mário Roque e por missas em louvor a São José, patrono dos funcionários municipais e dos trabalhadores.

Até parte da gestão do Prefeito Edison de Oliveira Kersten (MDB), o auditório foi usado e depois abandonado. Desde o início desta gestão, a situação continua inalterada.

Descaso com o bem público

O JB Litoral teve acesso a uma série de fotos que mostram a atual condição do auditório, sujo, móveis amontoados, rede elétrica danificada, cadeiras empoeiradas, extintores vencidos, quebradas e algumas soltas, banheiros com sanitários sem condições de uso, portas quebradas, carpetes rasgadas, teto com revestimentos soltos e outros faltando, o acesso ao palco com a forração suja, solta e até com pombos mortos na escada de acesso. A placa que marca a histórica transformação do Palácio São José na sede do Governo do Paraná está praticamente ilegível, pela decomposição e ferrugem do metal. 

 

Vale destacar que, neste dia, além do Governador Roberto Requião, estiveram presentes o Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Hermas Brandão, o Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Oto Luiz Spanholz, além do Prefeito Roque e do Presidente da Câmara Municipal, Antonio Ricardo dos Santos (PP) e do Deputado Estadual Waldir Leite (PSC).

A reportagem procurou a prefeitura para saber sobre o atual estado do auditório no que diz respeito a sua estrutura, do porque ainda não ter sido usado pela gestão e quantas manutenções foram feitas até o momento. Porém, desde o dia 11 do mês passado até o fechamento desta edição, não houve resposta.