Biólogo defende construção da Faixa de Infraestrutura em porto de Pontal


Por Redação JB Litoral Publicado 19/09/2018 Atualizado 15/02/2024
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Na última semana, ganhou repercussão nacional um texto formulado por Ricardo Aguiar, Biólogo, especialista em Gestão Ambiental e graduando em Gestão Pública que, atualmente, é Secretário Municipal de Planejamento e de Recursos Naturais de Pontal do Paraná. Sua opinião técnica, em torno da construção da Faixa de Infraestrutura, que interligará os balneários de Pontal e servirá de acesso para o Porto Pontal, é defendido pelo biólogo pelo retorno social e geração de empregos que trará ao município e região. Ele explicou tecnicamente as etapas a serem cumpridas para que os investimentos sejam realizados no município no Jornal O Estado de São Paulo.

Segundo o biólogo, um exemplo que precisa ser citado é a PR-508 (Alexandra/Matinhos). Construída em 1987 facilitou o acesso ao litoral, além de beneficiar as colônias de Paranaguá.

“Na época, causou cerca de 660 mil metros quadrados de desmatamento. É uma rodovia essencial, pois é a principal via de acesso aos dois mais importantes municípios balneários paranaenses, Matinhos e Guaratuba. Esta rodovia ajudou na consolidação desses balneários e no desenvolvimento da economia do litoral. Representou a preservação de muitas vidas, trazendo mais segurança aos motoristas e moradores “, explica.
 

Péssima mobilidade

Para ele seria equivocado e até mesmo perigoso se, na época, o projeto tivesse sido barrado, causando, além da falta de segurança, um atraso no desenvolvimento dos balneários paranaenses.

O mesmo acontece com o discurso de quem quer barrar a construção de um novo porto em Pontal do Paraná e da Faixa de Infraestrutura. Hoje, qualquer cidadão que frequenta os municípios de Matinhos e Guaratuba, que são os dois mais importantes balneários do Paraná, possui pelo menos três acessos a esses locais. Isso significa segurança de mobilidade para toda a população e menos engarrafamentos. Pontal do Paraná, que é outro balneário importante e que, adicionalmente, dá a acesso à Ilha do Mel, possui apenas um único acesso. Isso significa uma péssima mobilidade, grande número de acidentes com vítimas, muitos engarrafamentos e risco para os moradores e turistas, especialmente em casos de emergências para entrada e saída da cidade”, afirma Ricardo Aguiar.

Porto Pontal

De acordo com o secretário de Meio Ambiente é necessário apaziguar a questão em torno de números divulgados relativos ao Porto Pontal e à nova Faixa de Infraestrutura contrários aos dois projetos. “A área total do município de Pontal do Paraná é de 200 milhões de m² e sua área urbana de 34 milhões de m², aproximadamente 17% do total. Ou seja, hoje, Pontal tem cerca de 80% do seu território com remanescente conservado. A área do condomínio logístico-portuário ou industrial-portuário é de 10 milhões de m², o que equivale a, aproximadamente, 5% do total do município ou 6,2% do total remanescente conservado. Pelo decreto do ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico), a ocupação máxima dessa área é de 50%, garantindo que a outra metade permaneça conservada”, acrescenta. Por sua vez a área da Faixa de Infraestrutura será de 3,5 milhões de metros quadrados, o que representa 1,75% da área total do município ou 2,2% do total remanescente conservado. “A rodovia representará 1.230.600,00 metros quadrados e o canal, 602.400 metros quadrados. Totalizando 1.833.000,00 metros quadrados, o que representa 0,95% da área total do município ou 1,19 % do total remanescente conservado. Estes dados, presentes no EIA RIMA, estão disponíveis para consulta no site do DER”, explica Aguiar.

Litoral mais atraente do ponto de vista turístico

Ele destaca, ainda, que é necessário entender que da mesma forma a rodovia Alexandra-Matinhos garante acesso confortável aos seus usuários para Guaratuba e Matinhos. Exclusivamente em Guaratuba foi construído uma nova avenida para dar acesso à cidade para quem chega pela cidade catarinense de Garuva. “Nos moldes da estrada que compõe a Faixa de Infraestrutura, foi implantada a Avenida Paraná, com cerca de seis quilômetros de extensão. O que representou cerca de 120 mil metros quadrados de desmatamento, mas que trouxe, entretanto, um espaço para expansão urbana e melhoria na mobilidade dos usuários”, detalha garantindo que a Faixa de Infraestrutura irá beneficiar e potencializar o turismo do Paraná.

Vale lembrar que a construção da Faixa de Infraestrutura e de um condomínio logístico-portuário não impede que qualquer atividade turística seja viabilizada e incentivada. Uma vez que, com infraestrutura adequada e crescimento econômico, o litoral ficará ainda mais atraente do ponto de vista turístico. “É fundamental, entretanto, que se desenvolvam os produtos turísticos que poderão ser operados no futuro. Como ocorre nas melhores Unidades de Conservação e com exemplos como o do Parque Nacional do Iguaçu e o de Fernando de Noronha, que são os mais notáveis no Brasil. É preciso organizar a mobilidade regional do nosso município. O Governo está sendo acusado por cumprir sua função de forma legal e institucional. A questão da forma como a licença foi solicitada e concedida passou por todas as análises técnicas e jurídicas. É preciso colocar os pingos nos is”, afirma Aguiar.

 

*Com informações do Estadão.