Shows com alta performance garantem o IV Festival de Blues de Antonina


Por Redação JB Litoral Publicado 04/07/2018 às 19h03 Atualizado 15/02/2024 às 03h50

Neste fim de semana, 6, 7 e 8 de julho, acontece o 4º Festival de Blues de Antonina. O evento, que é realizado desde 2015, é gratuito e conta com shows, durante os três dias, em diversos estabelecimentos, levando o Blues a todos os cantos da cidade. Entre as atrações do Festival está o bluesman norte-americano, Lorenzo Thompson.

Na programação, a lista de talentos é longa. O público poderá apreciar desde os performáticos “one man bands”, até os clássicos quartetos de blues e jazz. A banda paranaense Red Foot lançará no Festival seu segundo álbum, chamado Borderline. Nomes como Leo Uova, Decio Caetano, Felipe Ito, Lucian Araújo, Diego Nicolay, Bene Chireia, Tony Caster e outros, estarão encantando os amantes do Blues nesta edição.

Lorenzo Thompson, cantor internacional de Blues, marcará presença no evento. (Foto/ Divulgação).
A banda Red Foot lançará no Festival seu segundo álbum, chamado Borderline. (foto: arquivo da banda)

O evento, que precisou ser adiado devido à greve dos caminhoneiros, em maio, se consolidou na cidade e tem estabelecido Antonina como uma das capitais do Blues no Paraná. O investimento em turismo e música é a marca da gestão do Hotel Camboa, que em parceria com o Restaurante Cantina Casa Verde, criou este Festival.

Cultura para todos

Marcos Maranhão, idealizador do evento e dono da rede de hotéis Camboa, afirma que o intuito do Festival é proporcionar cultura tanto aos moradores de Antonina, quanto ao público de fora. “A gente quer que, além de participar do evento, o pessoal conheça a cidade historicamente, a parte ambiental de Antonina, que tem uma baía fantástica, que tenham contato com a natureza e arquitetura. E também valorizar o morador da cidade, a cultura e comida típica. Tanto que, após o Festival, algumas bandas se formaram em Antonina, como a Antonina Samba Jazz”, diz.

Este é um dos eventos culturais alternativos mais famosos do litoral paranaense, ao lado do Festival de Inverno (promovido pela UFPR), também em Antonina, e do Nhundiaquara Jazz Festival, em Morretes.

“No ano passado, os próprios músicos nos procuraram querendo participar, e foi a maior edição, com 35 shows e atraindo quase cinco mil pessoas para a cidade”, diz Marcos.

Neste ano, a expectativa é de que o público ultrapasse as cinco mil pessoas que compareceram ao evento passado, em 2017. “Em 2015, a gente esperava 100 pessoas e foram 300. Em 2016, eram 300 pessoas aguardadas e compareceram 800. Em 2017, esperávamos 800 e foram quase 5 mil pessoas”, afirma Marcos. Segundo ele, os hotéis da cidade já estão lotados.

Todo mundo ajudou

Produzido de forma colaborativa, empresários e população local se unem para que o Festival aconteça. Este ano, o evento contou com uma plataforma online de financiamento coletivo, onde pessoas do mundo inteiro puderam ajudar financeiramente para que o evento ocorresse.

“O público de Morretes, Antonina, Curitiba, Araucária, São José dos Pinhais, São Paulo, todo mundo ajudou. É um evento produzido no coletivo, ele não vem de cima para baixo, e nem cresce em tamanho de palco, ele vai se estendendo pela cidade, fazendo shows em padarias, borracharias. É algo totalmente democrático para resgatar a autoestima de Antonina”, explica Marcos.

De acordo com Maranhão, nos três festivais anteriores foi possível viabilizar as apresentações sem cobrança de ingressos e sem ajuda do poder público. Mas com o crescente número de pessoas e shows, este ano foi necessária uma ajuda para realizar o evento com acesso gratuito e bancar o cachê e hospedagens dos músicos. Nesta edição, a Prefeitura de Antonina também participou da realização deste evento.

Hotel Camboa promove cultura no litoral

O Festival de Blues não é o único espetáculo que o Hotel Camboa patrocina. Tanto em Paranaguá, quanto em Antonina, a rede de hotel produz shows, em sua maioria gratuitos ou de valor simbólico, para fomentar a cultura e economia local. “A gente quer fazer circular este mercado da música, levando para o litoral e impulsionando o mercado econômico e cultural das cidades, ou seja, gerando tanto emprego, quanto cultura para a comunidade”, afirma Marcos, dono do Camboa.

“A responsabilidade social que o Hotel Camboa tem, na minha pessoa e de minha esposa, é gerar economia para a comunidade, que é também aliada à cultura, pois ela é uma propulsora da economia. Sempre tivemos todas estas questões aliadas, e permaneceremos assim”, diz Marcos. A intenção dele é que os turistas que participarem do Festival de Blues conheçam também as belezas naturais da região litorânea, que são muitas, principalmente focando na Mata Atlântica.

Além disto, o Camboa também promoveu o encontro do Blues com o Fandango, música típica caiçara e predominante em Paranaguá. Durante o 3º Antonina Blues Festival, o mestre fandangueiro Leonildo Pereira tocou junto com o cantor de Blues Lorenzo Thompson.

O hotel também já divulgou o Fandango por intermédio de uma exposição, em Paranaguá, que fazia um registro da pedagogia Caiçara por meio da música e de histórias. A exposição contou com textos de Lia Marchi, fotografias de Zig Koch e apresentações dos grupos de Fandango da Ilha dos Valadares.

Planos para o futuro

Segundo ele, os planos para o futuro são o de levar os shows para outras cidades do litoral. “Estas coisas vão crescendo e, além de movimentar a cultura, também movimenta a economia. Eu gostaria que o desenvolvimento das cidades fosse baseado e associado à cultura e gastronomia, às coisas locais”, afirma.

A gente pretende criar festivais que não sejam exploradores, como alguns outros que acontecem no litoral que, na verdade, não visam o desenvolvimento sustentável da região”, diz Marcos. Segundo ele, quem participou do Festival Sabores pela última vez no ano passado, não participará mais. “A gente dava os descontos, mas a Ecovia não nos dava nada, apenas o fotógrafo. Não é certo eles afirmarem que é um evento cultural, mas também não darem um desconto no pedágio para quem vem pra cá participar”, afirma.

Marcos anuncia que quer começar a criar festivais gastronômicos independentes, da mesma forma que é produzido o Festival de Blues. “Cada um fazendo suas coisas, participando de uma publicidade com as mídias sociais e com os jornais locais, mas sem se atrelar a uma empresa. A gente quer liberdade no que vamos fazer, privilegiando a culinária local do litoral”, diz.