Bolsa Atleta beneficiou 37 pessoas e R$ 125 mil foram para o Orçamento de 2013


Por Redação JB Litoral Publicado 04/11/2016 Atualizado 14/02/2024

Ex-presidente deixou R$ 125 mil no orçamento de 2013 quando iniciou a gestão de Darlan na Fundesportes. Foto Web.

O ex-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Fundesportes), Valmir Roberto Martins, procurou o JB para fazer alguns esclarecimentos, em razão de ter sido citado pela Fundesportes como integrante da Comissão do Bolsa Atleta. Isto ocorreu após a ampla repercussão na cidade e no Portal do Jornal dos Bairros da entrevista do herói parnanguara, idolatrado no Brasil e no mundo, o lutador de MMA do Ultimate Fighting Championship (UFC), o “mão de pedra”, John Lineker.

Alegando não aceitar que a atual presidência da Fundesportes dê declarações falsas na imprensa, segundo ele, quer por falta de conhecimento ou querer arrumar desculpas, Martins esclarece que, em setembro de 2012, foi liberada um verba de R$ 25 mil para atender o maior número de atletas possível, priorizando aqueles com títulos e conforme sua situação social. Todos foram indicados pelos seus técnicos, conforme o currículo esportivo.

Com isto foram atendidos 37 atletas nos meses de outubro, novembro e dezembro, uma vez que o valor destinado ao atendimento do Bolsa Atleta tinha que ser usado no ano em exercício.
 

“Podem acessar o Portal da Transparência da prefeitura que irão constatar os cheques repassados aos beneficiados. Eram atletas de várias modalidades que se encaixavam em diferentes situações dentro da Lei, tais como, talento esportivo, campeões municipais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais”, explica o ex-presidente.
 

Valmir Martins informou que os atletas que recebiam maior recurso eram campeões mundiais de Jiu-jitsu e, deu como exemplo, o talento juvenil, Juninho Pitbull, e o que recebia menor recurso era uma atleta de ginástica de seis anos, moradora no Bairro de Alexandra. Na época, ela iria parar de treinar porque sequer tinha como pagar a passagem de ônibus dela e da mãe, mesmo sendo uma das melhores daquele ano.

“Procuramos atender crianças, jovens e adultos de Paranaguá com o pouco recurso disponível para que pudessem continuar treinando e competindo”, disse Valmir Martins.

 

R$ 125 mil para gestão do Presidente Darlan

 

O ex-presidente disse ainda que John Lineker, juntamente com o seu assessor Jean, que foi atleta de Valmir na escolinha e no infantil do Rio Branco/ SC, estiveram conversando com a Fundação sobre a possibilidade de entrar no Programa do Bolsa Atleta. Na época ele solicitou cópia do contrato de Lineker com o UFC para analisar a possibilidade de atendê-lo. Entretanto, terminou o ano de 2012 e eles não voltaram para conversar. “Eu ia encaminhar ao jurídico para dar um parecer se fosse atender”, disse Martins.

O ex-presidente ressaltou que ele colocou no orçamento para 2013 uma verba de R$ 125 mil para atender a Lei do Bolsa Atleta, mas por deixar a gestão dia 1º de 2013 não sabe dizer o que foi feito com este recurso. Outra situação que o surpreendeu foi a divulgação que a Comissão do Bolsa Atleta estava desatualizada.
 

“Era só nomear e ir substituindo os membros anteriores. Ele não pode usar isto como desculpa para a imprensa”, disparou Valmir.

O ex-presidente achou estranha a afirmação de Darlan que nesta gestão ninguém mostrou interesse no Programa do Bolsa Atleta, quando 37 atletas haviam sido beneficiados no ano anterior.

Ele recorda, por exemplo, que havia duas atletas do Bairro de Alexandra, alunas da Professora Carla da Escola Estadual Faria Sobrinho, que treinavam penduradas em árvores e a mãe acabou encaminhando-as para a ginástica. As duas integraram um grupo de oito atletas que foram levadas para uma apresentação, em Curitiba, e a presidente da Federação Paranaense de Ginástica, convidou três delas para treinarem no Centro de Excelência de Ginástica na capital e, as duas de Alexandra e uma da Ilha dos Valadares é que foram selecionadas.

Na época, elas tinham entre 06 e 07 anos, treinavam três vezes por semana e o Valmir Martins se comprometeu com a Professora Carla de colocar uma VAN para levar as meninas, caso ele permanecesse na Fundesportes. Mas ele não ficou e nada disso aconteceu.

A dúvida do ex-presidente de ninguém ter mostrado interesse no Bolsa Atleta é reforçada por Robert Figueira, pai do talento do MMA, Juninho Pitbull, que vai disputar Pan Kids, que aconteceu  nos Estados Unidos da América (EUA) no começo do ano. Ele confirma que procurou o Presidente Darlan Silva, no início de 2015, interessado no Bolsa Atleta, até porque jiu-jitsu é um esporte olímpico e se enquadra nas exigências do programa.    

O pai do atleta, que investe numa campanha para venda de camisetas personalizadas para levantar recurso e poder levar Juninho Pitbull para os EUA, disse que ouviu do presidente que o Prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB) teria que escalar um conselho para poder ser votado e aprovado.

“Busquei a Fundesportes porque meu filho ia para os EUA e falei que se tivesse a Bolsa não precisaríamos nos humilhar para conseguir ajuda”, disse Robert que chegou a levar impresso os requisitos para conseguir a bolsa, mas de nada adiantou.