Ciclone extratropical agilizou estabilização da areia na engorda de Matinhos, diz IAT


Por Luiza Rampelotti Publicado 14/08/2022 Atualizado 17/02/2024

As chuvas e ventos fortes que atingiram o Litoral do Paraná na quarta-feira (10) causaram estragos em várias cidades. O ciclone extratropical preocupou os municípios e, especialmente, o Governo do Paraná no que diz respeito às obras de revitalização da orla de Matinhos, que estão acontecendo desde março.

No dia seguinte (11), o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Luiz da Costa e Souza, esteve na cidade para analisar o resultado do fenômeno climático nas obras. De acordo com ele, não aconteceram grandes danos, apesar dos ventos de quase 100 quilômetros por hora (km/h), ondas de cerca de 6 metros e precipitação de mais de 100 milímetros (mm) em 24 horas.

É importante falar que esse tipo de fenômeno é comum, todos os anos acontece, e em nosso planejamento já prevíamos sua ocorrência. A forma com que a obra foi feita, o tempo que levou para chegarmos até onde estamos hoje, de certa forma foi programado para que pudéssemos aproveitar esse fenômeno no espalhamento da própria areia”, informou Everton.

Ele afirmou que, antes da passagem do ciclone extratropical, a equipe de trabalho do Consórcio Sambaqui teve a preocupação de fazer a abertura dos canais de dragagem, auxiliando no escoamento da água da chuva e prevenindo alagamentos. Entretanto, o trabalho que estava sendo realizado para a construção do primeiro espigão no Pico de Matinhos foi perdido.

Preparo para o espigão foi perdido


O que podemos avaliar diante do que aconteceu é que o preparo que estávamos fazendo para o espigão foi praticamente perdido, porque a maré entrou no local e causou danos. Mas são danos de dois dias de trabalho, que serão recuperados rapidamente. O resultado foi o melhor possível dentro das condições climáticas que se apresentaram”, avaliou.

Everton destacou que as obras continuam normalmente, que a draga Galileo Galilei, neste momento, está em manutenção prevista e que o cronograma de engorda da praia deverá seguir seu tempo normal. O objetivo é que, até a primeira quinzena de novembro, a faixa de Caiobá até o balneário Florida (6,3 km) esteja com o engordamento concluído.

A previsão é de que esta parte da revitalização da orla de Matinhos seja concluída em 32 meses a partir do início das obras, em março. Nem mesmo a passagem do ciclone extratropical deverá atrasar os prazos, conforme o secretário.

Andamento dos trabalhos seguem normalmente


O diretor de saneamento ambiental e recursos hídricos do Instituto Água e Terra (IAT), José Luiz Sccrocaro, também falou sobre os impactos do fenômeno climático de quarta-feira (10) nas obras. Reforçando o que disse Everton, o diretor garantiu que o andamento dos trabalhos segue normalmente.

Uma das maiores preocupações dizia respeito à ressaca do mar, com relação ao que já havia sido feito do engordamento da praia. Entretanto, Sccrocaro destacou que a parte da areia da engorda foi muito pouco afetada.

De acordo com ele, o ciclone extratropical agilizou o processo de estabilização da areia. “Na verdade, foi até agilizada a estabilidade da areia. Colocamos mais areia próxima à orla e, com o tempo, a própria natureza vai se encarregando de fazer um talude menos acentuado para os banhistas poderem entrar dentro do mar sem ter uma profundidade muito rápida. O ciclone fez com que essas curvas de níveis fossem acentuadas mais rápido do que se imaginava”, comentou.