Alerta Hemepar: pandemia reduz doações de sangue
Por Karla Brook
Nesta segunda-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Na data, e durante todo o mês de junho, o setor da saúde trabalha a campanha “Junho Vermelho”, que tem como principal objetivo conscientizar a população da importância de doar sangue constantemente, o que diminuiu nos últimos meses devido à pandemia da Covid-19.
Em Paranaguá, a Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue (UTC), do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), está com o estoque baixo, por falta de voluntários.
A data foi criada por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014, e o dia escolhido é uma homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, um imunologista austríaco, que descobriu várias diferenças entre os tipos sanguíneos. O Hemepar aproveita o momento para solicitar, com urgência, a doação voluntária de todos os tipos de sangue e, especialmente, os dos tipos O+ e O-.
“Além de toda a situação de estarmos vivendo uma pandemia e as pessoas estarem com medo de fazer a doação de sangue, também tivemos alta nos casos de dengue, na região do litoral. Isso impossibilita, por um determinado tempo, que algumas pessoas possam doar”, relatou a assistente social do Hemepar, Nádia Cristina Trada.
Cada bolsa coletada passa por processamentos que separam os componentes do sangue que são: hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado, que é uma fonte concentrada de proteínas plasmáticas insolúveis à baixa temperatura. “A Hemorrede tem equipe treinada para avaliação da demanda, separação do sangue, liberação e transporte. Esse processo é muito importante, pois devemos manter a qualidade do hemocomponente para o paciente”, explicou a diretora-geral do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza.
Por que ser um doador?
“Doar sangue é salvar vidas”, declarou o parnanguara, Leonardo do Nascimento Pereira, de 28 anos, que recentemente tornou-se um doador. Ao ver uma publicação, nas redes sociais, sobre a baixa no estoque da cidade, ele decidiu que era hora de ajudar.
“Foi surreal o que eu senti ao pensar que, com uma coisa tão simples que é fazer a doação, pude fazer algo muito bom para tantas outras pessoas que precisam”, contou Leonardo. Depois de sua primeira contribuição com a UTC, ele já doou sangue pela segunda vez e, assim que passar o intervalo de tempo necessário para outra retirada de sangue, pretende doar novamente.
Se quem doa sangue faz bem a uma pessoa, para quem recebe faz mais ainda. A moradora de Guaratuba, Ana Lucia Sousa, de 43 anos, foi doadora por muito tempo, até que em 2012, após complicações gestacionais, foi ela quem precisou receber transfusões de sangue.
“Graças a pessoas que saíram de suas casas e foram fazer doações de sangue, assim como eu já fiz no passado, a minha vida foi salva. A gente nunca se imagina em uma situação como essa, mas graças à iniciativa de muitos doadores, muitas vidas são salvas diariamente, assim como a minha foi”, emocionada, desabafou Ana.
Como ser um doador
Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos, mas para os menores de 18 anos são necessários o consentimento e a presença dos responsáveis. Entre os 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já tiver feito alguma doação antes dos 60.
Além disso, é preciso ter peso mínimo de 51 quilos e estar bem de saúde. A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem, com intervalo entre ela de no mínimo 60 dias, e de três para as mulheres, com espaço de pelo menos 90 dias entre as doações. Quem teve Covid-19 ou dengue, pode doar normalmente, desde que esteja curado há 30 dias.
“O procedimento dura em média 90 minutos, entre a recepção e a liberação para o lanche, e nesse curto período o voluntário contribuirá para salvar muitas vidas”, lembra a Liana Souza.
Para a doação de sangue durante a pandemia, os voluntários devem fazer um agendamento pelo telefone (41) 3420-6663. Essa medida serve para evitar aglomerações e garantir que tudo ocorra de forma tranquila.
