Após identificar infestação com risco médio, armadilhas instaladas em Paranaguá mostram perfil de mosquitos


Por Redação

As ovitrampas foram colocadas em residências de toda a cidade, que foi dividida em regiões e sinalizadas por cores. Foto: Sesa

Conforme o JB Litoral publicou, na semana passada, a secretaria de Saúde de Paranaguá divulgou, no último dia 19, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado com regularidade pela pasta. Os resultados mais recentes apontaram médio risco de infestação, com índice de Infestação Predial (IIP) revelando que a cada oito imóveis, três contavam com criadouros. Na sexta-feira (26), o resultado de um outro levantamento mostrou que o perfil dessa infestação está diretamente ligado à idade e à fertilidade das fêmeas do Aedes aegypti presentes na cidade.

Armadilhas     

Equipes de agentes de endemias da secretaria municipal de Saúde, acompanhadas dos técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, depositaram 354 armadilhas do tipo Ovitrampas (elas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto com água parada, atraindo o mosquito. Nele, são inseridas uma palheta de madeira (Eucatex) que facilita que a fêmea do Aedes coloque os ovos). As armadilhas foram colocadas em todas as regiões de Paranaguá para verificar os Índices de Positividade de Ovos (IPO) e o índice de Densidade de Ovos (IDO).

Esses índices auxiliam na demarcação de locais com maior incidência de ovos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e Chikungunya e suas fêmeas jovens em atividade.


Retiradas antes dos mosquitos nascerem


As armadilhas foram colocadas e retiradas após quatro dias. Os técnicos levaram as amostras ao laboratório da secretaria de Saúde para análise dos ovos. Com o resultado em mãos, a Saúde inicia ações específicas nas áreas indicadas pelo estudo de campo. Mutirões de retirada de criadouros são realizados com auxílio de servidores comissionados de diversas secretarias municipais, que acompanham os profissionais de saúde. Em seguida, os agentes de endemias utilizam a bomba costal para eliminar os mosquitos em todas as fases de vida e, após realizar os serviços nos locais, retornam para nova avaliação de resultados.

De acordo com a prefeitura, para identificação das áreas, Paranaguá é separada por regiões e cores vermelha, roxa, amarela, azul, laranja, verde e rosa. O trabalho com as armadilhas Ovitrampas concluiu que a área amarela seguida da vermelha foram as que mais apresentaram índice positivo de ovos.

O que mais nos chama atenção é o índice de densidade de ovos. Ele representa que há um número alto de fêmeas jovens em atividade em determinada região”, observa o biólogo Rubens Massafera, que tem mais de 35 anos de experiência na área.


ÁREA VERMELHA – Jardim Esperança, Comerciários, Jardim Yamaguchi, Nilson Neves, Jardim Paranaguá, Vale do Sol, Vila Garcia, Ouro Fino, Jardim Jacarandá, Porto Seguro e Jardim Paraná. Das 53 armadilhas, 18 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 33,9% das armadilhas estavam positivas para o IPO (Índices de Positividade de Ovos) e 66,36% apresentaram o IDO (fêmeas jovens em atividade).

ÁREA ROXA – Colônia Santa Rita, Imbocuí, Vila Santa Helena, Jardim Iguaçu, Vila Primavera, Vila do Povo, Parque Agari, Casa da Família, Emboguaçu, Vila São Jorge e Jardim Samabaia. Das 71 armadilhas, 30 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 42,25% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 63% apresentaram o IDO.

ÁREA AZUL – Beira Rio, Vila Portuária, Rocio, Jardim Guadalupe, D. Pedro II, Vila Alboit, Serraria do Rocha, Vila Cruzeiro, Porto dos Padres, Vila Paranaguá, Vila Guarani, Vila Rute, Padre Jackson e Jardim Araçá. Das 61 armadilhas, 20 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 32,78% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 68,85% apresentaram o IDO.

ÁREA LARANJA – Jardim Alvorada, Raia, Palmital, Campo Grande, Estradinha, Ponta do Caju, Centro Histórico, Tuiuti, João Gualberto, Costeira, Oceania, Alto São Sebastião, Bockmann, 29 de Julho, Industrial e Tuiuti. Das 56 armadilhas, 14 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 24% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 60% apresentaram o IDO.

ÁREA AMARELA – Vila Divineia, Parque São João, Jardim América, Aeroporto, Jardim Guaraituba, Vila São Vicente, Vila Itiberê, Vila Horizonte, Correia Velho e Jardim Eldorado. Das 70 armadilhas, 35 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 50% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 68,97% apresentaram o IDO.

ÁREA VERDE – Ilha dos Valadares. Das 26 armadilhas, 10 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 38,46% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 68,8% apresentaram o IDO

ÁREA ROSA – Alexandra. Das 17 armadilhas, 4 apresentaram presença de ovos do Aedes aegypti. Ou seja, 23,5% das armadilhas estavam positivas para o IPO e 51,25% apresentaram o IDO.


Batalha só será vencida com população vigilante


Mas o biólogo Rubens Massafera alerta que de nada adiantará o problema ser estudado, mapeado e larvicida aplicado, se os criadouros não forem eliminados. “O Município poderá trabalhar com ações específicas conforme os números apresentados, mas é importante lembrar que nenhuma ação surtirá o efeito desejado sem que a população contribua, cuidando dos seus imóveis. O agente de endemias visita a residência, verifica se há criadouros, faz a remoção caso necessário e orienta o morador. A partir daí, cabe ao morador continuar esse cuidado, evitando para que novos criadouros não se formem em suas residências”, observa o profissional.

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