Após sucessivas dispensas de licitação, empresa ganha concessão para operar transporte por mais 20 anos em Antonina


Por Flávia Barros

Com novo contrato de concessão por, pelo menos, 20 anos, tarifa passa a ter valor único de R$ 5 em todas as rotas. Foto: Prefeitura de Antonina

Com a licitação na modalidade de Concorrência Pública 004/2021 iniciada no final de julho do ano passado, pela publicação do decreto, e a concorrente sendo desabilitada já em janeiro desse ano, a Godinho’s Transporte e Logística Ltda. foi considerada habilitada e seguiu até o final do processo, sendo a vencedora do pregão. Com isso, a empresa, recentemente investigada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), irá operar o serviço de transporte coletivo regular de passageiros de Antonina pelos próximos 20 anos, com possibilidade de renovação por mais 20.

NOVA TARIFA


Uma das primeiras mudanças anunciadas foi a da tarifa, que passa a ter o valor único de R$ 5. Antes, os preços eram de R$ 3,00 para a rota Batel x Ponta da Pita; R$ 4,00 para Rodoviária x Bairro Alto; e R$ 10,00 Rodoviária x Cedro e Rio Pequeno. Na prática, pode parecer um bom negócio para quem precisava utilizar com mais frequência os itinerários cuja tarifa era de R$ 10, pois representa uma redução de 50%, mas para quem usava o itinerário Batel x Ponta da Pita, passa a amargar o aumento de 44%. A prefeitura também divulgou, na última sexta-feira (22), que uma nova frota começará a operar nesta segunda-feira (25), na cidade.

CONTRATO MILIONÁRIO


De acordo com o edital, o valor do contrato é de R$ 7.525.638,23 (sete milhões, quinhentos e vinte e cinco mil, seiscentos e trinta e oito reais) correspondente à receita do sistema no prazo de 20 anos e nos valores presentes de passageiros econômicos e da tarifa média de referência do sistema de R$ 5 e dos passageiros equivalentes / mês de R$ 15.867, acrescido de valor médio de subsidio/mês de R$ 72.717,26.

HISTÓRICO DESFAVORÁVEL


Em julho do ano passado, a Prefeitura de Antonina dispensou licitação e contratou a empresa Godinho’s Transporte e Logística Ltda. para gerir o transporte municipal por 90 dias devido à situação apontada como “regime de emergência”, após a permissão do serviço de transporte coletivo entre a cidade e a empresa Viação Pilar Ltda. ser considerado nulo. O problema é que o MPPR investigava a Godinho’s por suposto superfaturamento e por eventualmente não atender os estudantes municipais em sua totalidade, como previsto em contrato.

E a questão não era pontual, uma vez que, um ano antes, em julho de 2020, o JB Litoral já havia publicado uma reportagem relatando que, mesmo sem aulas presenciais, o município de Antonina havia autorizado um aditivo ao contrato com a Godinho’s em mais de R$ 414 mil reais.

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