Centro de Assistência Social Esperança: há 13 anos levando uma mensagem de fé aos caminhoneiros em Paranaguá


Por Flávia Barros

A preocupação com a saúde física e emocional dos caminhoneiros foi a motivação para a criação de um projeto social que já dura 13 anos em Paranaguá. O carioca Marcelo da Silva Soares, 51 anos, mora na cidade portuária há 26 anos e já atuou como despachante aduaneiro em uma multinacional. Com a função, o contato com caminhoneiros passou a ser estreito. Diante dos problemas relatados pela categoria, nasceu a vontade de ajudar. Ali surgia o Centro de Assistência Social Esperança (CASE).

Capelões realizam o trabalho de apoio emocional aos caminhoneiros; entre eles, Marcelo Soares (de azul), o fundador do projeto. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Do zero à realidade

Quem circula pelo Pátio de Triagem do porto de Paranaguá certamente já percebeu um caminhão identificado do CASE, com as portas abertas e sempre disponível a receber os caminhoneiros. Para que a instituição chegasse ao patamar que ocupa hoje, tudo começou com um simples desejo de ajudar. Marcelo conta que a iniciação à função de capelão e a vontade de auxiliar os caminhoneiros andaram juntas.

Eu comecei a perceber que eles precisavam muito de ajuda. A vida longe de casa acabava sendo uma justificativa para entrar no mundo das drogas, envolvimento com prostituição e destruição daquelas famílias”, disse o presidente-fundador da instituição, em conversa com o JB Litoral.  

Em 2011, ele começou da forma que podia: doando seu tempo para conversar com os caminhoneiros. Logo, correu com a papelada para formalizar a entidade sem fins lucrativos. E, numa sucessão digna de acreditar que só pode ter sido a mão de Deus, conheceu uma pessoa que o apresentou à entidade internacional Transport For Christ. Foi por meio dessa instituição canadense que Marcelo Soares conseguiu recursos para comprar o caminhão e um contêiner e começar a ter uma estrutura física para fazer os atendimentos.

Além do serviço de capelania, caminhoneiros podem aferir pressão arterial e cortar cabelo. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Apoio emocional e serviço social

Ao longo de mais de uma década, o CASE já atendeu mais de 40 mil caminhoneiros, segundo Marcelo. Semanalmente, a média de atendimento é de cerca de 50 profissionais. Além disso, a instituição também é reconhecida como de Utilidade Pública desde 2013. “Nós atendemos caminhoneiros na parte física e emocional. Desses 13 anos de existência, estamos há quase 8 aqui no Pátio de Triagem. Antes atendíamos no Posto Cupim, hoje, Rota 44”, conta o capelão.

Atualmente, além de atenderem os profissionais do volante para ouvir suas angústias, ofertar um apoio emocional (serviço de capelania) e sempre uma palavra de fé, os integrantes do projeto ofertam serviços gratuitos aos caminhoneiros, tais como a verificação de pressão arterial, palestras e corte de cabelo. O atendimento ocorre de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.

Nós também temos um container na cidade de Imbituba (SC) e outro em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Vamos seguir para outros estados do Brasil com o mesmo propósito, com a mesma visão”, completou Marcelo.

Por aqui, os planos de um futuro próximo já estão sendo construídos. Com apoio da empresa Sudmar Transportes, uma parceria está em vias de ampliar os atendimentos, abrangendo não apenas caminhoneiros, mas também a comunidade local. “A partir do próximo ano, iniciaremos, em colaboração com a Sudmar, serviços de atendimento jurídico, aferição de pressão, consultas médicas e muito mais. Nosso objetivo é não só atender os caminhoneiros, mas também beneficiar a comunidade ao seu redor”, anunciou Marcelo.

Atendimentos acontecem dentro de caminhão que fica estacionado no pátio de triagem do porto de Paranaguá. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Ajuda

O CASE é mantido com recursos de empresas parceiras e a Transport For Christ. Quem tiver interesse em prestar serviço voluntário ou auxiliar financeiramente o projeto, pode entrar em contato por e-mail marcelo@casepr.org.br ou telefone/WhatsApp 41 987881929.

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