Comerciantes de Matinhos lutam contra decreto, protestam, mas acatam medidas restritivas


Por Redação
aveinda, matinhos, lojas fechadas

Lojas fechadas devem acarretar em prejuízo e rendimento zero nesta semana de decreto

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Por Marinna Protasiewytch

O encerramento do mês de fevereiro acendeu mais um sinal de alerta para a população de Matinhos. No dia 26, o governo do estado do Paraná divulgou um novo decreto estadual enrijecendo as medidas de combate ao novo coronavírus. Entre outras mudanças está a implantação de um toque de recolher entre 20h e 5h, além da proibição do funcionamento dos serviços não essenciais.

O JB Litoral esteve acompanhando todos os desdobramentos que geraram, inclusive, protestos por parte dos comerciantes das regiões de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. No sábado (27), o médico Vinícius de Moraes deu um depoimento técnico sobre a situação de Matinhos e atestou que os problemas na saúde pública são graves.

As pessoas estão morrendo uma atrás da outra, basta ver os números dos outros dias. Esta situação é extremamente grave, pois temos um empilhamento de pessoas, não temos mais condições técnicas de atender a todos. Nada de que eu fale vai demonstrar o que está acontecendo. Ou nós nos unimos para ontem, ou as cenas que vimos nos EUA e em Manaus irão ser vistas aqui”, ressaltou o médico.

Segundo o presidente da Associação Comercial de Matinhos (ACIMA), Adriano Menine Ribeiro, “a classe empresária está unida contrária à situação do lockdown. Todos somos pela vida, entendemos a importância da preservação da vida, mas quando falamos em redução a zero do faturamento de algumas empresas, colocamos vidas em risco. Inclusive a vida do estado, sem recolhimento de impostos, o que refletirá a médio prazo na arrecadação, reduzindo até o investimento em saúde”.

“O FECHAMENTO DO COMÉRCIO IMPACTA MUITO A GENTE”

Apesar das inúmeras tentativas de renegociar os termos do decreto municipal, a prefeitura matinhense passou a acatar integralmente as medidas restritivas impostas pelo governo estadual. A consequência disso é o fechamento dos estabelecimentos comerciais que não se enquadram em serviços essenciais, como os do ramo alimentício.

Cristiane Dvojatzki é empresária e trabalha com vendas de roupas em Matinhos e afirma que os danos financeiros serão incalculáveis. “O fechamento do comércio impacta muito a gente, até porque sou uma empreendedora pequena”, explica Cristiane. Além dela, centenas de comerciantes do litoral devem passar pela mesma dificuldade: gerar renda de portas fechadas.

Presidente da ACIMA discorda do fechamento do comércio, mas vai orientar os lojistas a fecharem as portar (Foto/Felipe Luiz Alves/JB Litoral)

“Tentamos através do diálogo e com reuniões chamar a atenção do poder público. Mas conversamos entre as três associações comerciais de Matinhos, Pontal e Guaratuba e vamos orientar os associados que cumpram as determinações, mesmo não concordando. É uma questão legal, por isso vamos fazer uma orientação para o cumprimento. O decreto possui embasamento legal e não temos como recorrer neste momento, por isso não temos muito o que fazer, a não ser acatar”, concluiu Adriano Menine.

CORRENTE DO BEM

Para tentar ajudar os empresários e comerciantes em situação difícil com o fechamento das portas, Cristiane Dvojatzki, que também é digital influencer, passou a divulgar de maneira gratuita o trabalho de outras empresas.

Sempre tive muitos resultados na Internet com o meu comércio, neste momento estou pedindo aos comerciantes para me mandarem seus serviços em fotos, vídeos, para que eu divulgue diariamente nas minhas redes sociais. Eles estão reconhecendo muito a minha atitude neste momento. Foi um ato pequeno, mas pra muitas pessoas ele significa muito”, contou Cristiane.

O decreto municipal, em conjunto com o estadual, impede a abertura de estabelecimentos considerados não essenciais até o dia 8 de março. A determinação está sendo acatada integralmente pelos municípios de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. Além disso, há a previsão de barreiras sanitárias para coibir o trânsito desnecessário de pessoas nas praias.

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