Entidade atuante na Educação Especial em Paranaguá, Associação de Pais e Mestres da Eva Cavani é declarada de Utilidade Pública


Por Flávia Barros Publicado 23/10/2024 às 16h47
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A diretora da escola, Patrícia Martins, destacou a importância do trabalho em conjunto com a APMF. Foto: Maickon Chemure

Referência na Educação Especial, a Escola Municipal Professora Eva Tereza Amarante Cavani, em Paranaguá, foi fundada há 48 anos e tem, atualmente, 259 alunos. E, para prestar um serviço de excelência, a equipe é composta por 52 professores, oito serventes, uma secretária, um vigia, seis agentes de apoio, 12 estagiários e 12 técnicos.

No ano passado nós tínhamos cerca de 180 alunos. Este ano estamos com 259 e com uma lista de espera para alunos acima de 18 anos“, disse ao JB Litoral a diretora da instituição, Patrícia Martins.

Somos referência na Educação Especial não apenas aqui na cidade, mas em toda a região e até fora dela. Na semana passada, recebemos duas alunas, uma delas veio de Curitiba porque a mãe ouviu falar da Eva Cavani, veio conhecer a escola e conseguiu transferência para Paranaguá, para que a filha pudesse estudar conosco”, contou Patrícia.

PARCERIA E APOIO DESDE O INÍCIO

No mês passado, a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) da Eva Cavani foi declarada de Utilidade Pública, por meio do Decreto Municipal 5.550, publicado no Diário Oficial dos Municípios do Paraná no dia 10 de setembro. Com validade de 36 meses, o decreto vai beneficiar, ainda mais, a APMF, que apoia o funcionamento da escola desde a sua fundação, em 1976.

A APMF foi fundada junto com a nossa escola especial. Ela tem um diferencial em relação às outras APMFs porque a nossa consegue captar recursos junto ao SUS (Sistema Único de Saúde). Graças a esses recursos nós podemos contar com a prestação de serviço dos técnicos, por exemplo”, explicou a diretora da instituição de ensino, que fica na rua João Estevão, Centro Histórico de Paranaguá.

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Na foto, a diretora da Eva Cavani, Patrícia Martins (à esquerda), com a diretora da APMF, Verônica Ramos (centro) e vice-diretora da associação, Rosalba Silva (à direita). Foto: Maickon Chemure/JB Litoral

ALINHADAS

Ainda segundo a gestora, quando a equipe da APMF, escolhida a cada dois anos, tem os mesmos objetivos da equipe pedagógica, a escola consegue avançar. E o reflexo é a qualidade do atendimento aos alunos. “É um trabalho essencial. A equipe que assumiu este ano é atuante, engajada e sempre está com o mesmo olhar que a equipe pedagógica. Então, conseguimos juntar as nossas ideias e a escola consegue andar”, defendeu Patrícia.

Segundo a diretora, apenas neste ano, a escola já conseguiu implantar três projetos em conjunto com a APMF. “Só para pais estamos com dois e tem um outro que é para os professores, o Eva Cavani em Movimento. Nesse projeto, os professores fazem aula de pilates no contraturno e também têm direito à consulta com o psiquiatra. Se não tivesse a aprovação da APMF, não conseguiríamos ter projetos como esses, a escola não conseguiria andar, nem avançar”, afirmou a diretora.

COM UTILIDADE PÚBLICA, MAIS SUPORTE

Em conversa com o JB Litoral, Patrícia Martins também destacou que a Administração Municipal deu o apoio necessário para declarar a Utilidade Pública da associação. “Quando demos entrada no processo tivemos todo o suporte da Secretaria Municipal de Educação. Além de ser a nossa mantenedora, a Secretaria fornece o transporte público escolar para os nossos alunos que são pegos em casa, trazidos para a escola e, depois, levados de volta para suas residências”, ressaltou.

Patrícia também mencionou que, no final de julho, foi protocolado junto ao SUS um pedido por mais recursos, com a finalidade de contratar profissionais técnicos adicionais, visando oferecer um suporte mais qualificado aos alunos. “Precisamos atualizar essa verba, que não tem reajuste há 10 anos. Mesmo sem reajustar, conseguimos, junto com a APMF, reorganizar os recursos e agora temos mais um fisioterapeuta, ampliamos as consultas com o psiquiatra e valorizamos os profissionais”, completou.

ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Para se ter uma ideia da relevância da associação no atendimento à Educação Especial da Eva Cavani, é por intermédio dela que são realizados os pagamentos aos profissionais “técnicos”, tais como fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, médico psiquiatria, e as partes de neurologia, enfermagem e administrativa.

A associação acaba dando um suporte para a escola, tanto com os profissionais como trazendo projetos, como o Nas Linhas com a Família, que ensina artesanato aos pais e mães atípicos, que produzem bolsas para venda. A renda da venda dessas bolsas fica com as próprias famílias, pois 90% dos responsáveis pelas crianças acabam não conseguindo trabalhar para poder dar suporte aos filhos”, explicou a vice-presidente da APMF, Rosalba Maria da Silva.

Compõem a associação cinco membros da diretoria e 12 técnicos. Com a Utilidade Pública declarada, a instituição passa a atender um dos requisitos necessários para ter acesso à expansão dos recursos destinados pelo SUS.

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