A Escola Professora Eva Tereza Amarante Cavani já está há quase 56 anos atendendo às pessoas com deficiência em Paranaguá. Fundada em 29 de julho de 1968, a instituição é a única de Educação Especial da rede municipal e conta com 275 alunos, todos eles com deficiência intelectual.
O estudante mais novo da unidade de ensino tem 9 anos, e o mais velho, 71, e todos participam das aulas que têm função pedagógica, desde o Ensino Fundamental à Educação de Jovens e Adultos. As salas possuem professores, agentes de apoio e estagiários que fazem o trabalho de ensinar os conteúdos e, ainda, realizar as trocas necessárias, auxiliar na alimentação, entre outros, com muito amor.
A diretora Patrícia Martins da Graça conta, ao JB Litoral, que muitas famílias dos alunos vivem em meio a dificuldades socioeconômicas e isolamento social. “O contexto dessas famílias é multifacetado, com muitas mães enfrentando desafios sozinhas, sem a oportunidade de buscar empregos formais devido a diversos obstáculos”, diz.
Com o propósito de auxiliar na transformação da realidade dessas pessoas, a equipe gestora da Escola Eva Cavani, junto com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) e patrocínio da Fospar, dá início, na próxima quinta-feira (15), às 15h, ao projeto “Nas Linhas com a Família”, que tem o objetivo de ensinar trabalhos manuais para os familiares dos estudantes. “As mães que fazem parte da APFM vão ensinar esses trabalhos manuais, e os participantes poderão utilizar estes objetos que aprenderam e fizeram aqui para gerar renda em suas próprias famílias. Além disso, também será uma oportunidade para o fortalecimento dos projetos sociais dentro da escola”, conta a diretora.
Rede de apoio
Patrícia explica que a proposta busca não apenas amenizar as carências financeiras, mas também criar uma rede de apoio sustentável para essas famílias. De acordo com ela, a essência do projeto reside em oferecer aulas de artesanato no ambiente escolar, proporcionando uma oportunidade para o desenvolvimento de habilidades, a geração de renda e a construção de uma rede de apoio entre os pais e responsáveis pelos alunos.
A dinâmica do projeto é bastante inclusiva. “Os pais serão acolhidos no ambiente escolar, onde terão a oportunidade de participar de aulas de artesanato conduzidas por voluntários. Durante essas sessões, serão utilizados materiais fornecidos pela escola, permitindo a criação de peças que poderão ser comercializadas, representando uma fonte de renda adicional para as famílias”, explica a diretora.
Além disso, para ampliar as possibilidades e a flexibilidade, os pais têm a opção de utilizar seus próprios materiais, possibilitando que o que for produzido com recursos pessoais seja direcionado para suas próprias iniciativas em busca do sustento familiar. “A troca de habilidades e a construção de uma rede de apoio com foco na ajuda mútua são ferramentas poderosas para melhorar não apenas as condições econômicas, mas também o bem-estar psicológico e social das pessoas envolvidas”, conclui Patrícia.
Para participar, os pais e/ou responsáveis pelos alunos devem realizar a inscrição na própria escola. O projeto acontecerá todas as terças e quintas, das 14h às 16h.