Junho está chegando ao fim e, com ele, as festas juninas, deixando um gostinho de saudade nos apaixonados pelas tradições dessa época do ano. Comidas típicas, danças caipiras, balões coloridos e roupas xadrez marcaram o mês repleto de festividades que encantam não só os brasileiros, mas também atravessam fronteiras.
E se tem algo que ganhou destaque especial no período foi a exportação de produtos típicos das festas juninas. O milho e a canjica, ingredientes fundamentais na preparação das guloseimas, tiveram um aumento significativo nas exportações.
O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) revelou dados expressivos. De janeiro a maio de 2022, foram exportados 392 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) de milho. No mesmo período deste ano, esse número saltou para 1.181 TEUs, representando um aumento de 201%.
Já a pipoca teve um crescimento de 196%, saindo de 381 TEUs nos primeiros cinco meses de 2022 para 1.129 TEUs de janeiro a maio de 2023. Além disso, a canjica teve um aumento de 29% (de 24 para 31 TEUs) e o arroz teve um aumento de 49% (de 39 para 58 TEUs). Os principais exportadores desses produtos em 2023, foram: Egito (milho e pipoca), Cabo Verde (canjica) e Angola (arroz).
Mas afinal, qual é a influência direta das festas juninas no crescimento dessas exportações? O JB Litoral conversou com o gerente comercial, de logística e atendimento ao cliente do TCP, Giovanni Guidolim, que explica as principais razões por trás desse fenômeno.
Segundo ele, o cenário logístico deste ano tem sido bastante favorável para a exportação de commodities, como o milho e arroz. “O preço do frete marítimo diminuiu, tornando os contêineres uma opção viável para transportar esses produtos. Os navios estão com uma ocupação média de 80%, o que significa que há espaço disponível para embarcar os contêineres”, explica.
Sendo assim, essa combinação de fatores, envolvendo frete e espaço nos navios, tem impulsionado o aumento nas exportações. Outro ponto importante é a safra, já que o aumento na produção agrícola tem contribuído.
“Com uma safra maior este ano, a expectativa é de que essas cargas continuem aumentando nos próximos meses e anos. Além disso, a utilização de contêineres oferece uma operação mais segura para os exportadores, o que também tem influenciado na escolha desse método de transporte”, comenta Giovanni.
Complexo portuário de Paranaguá
E por que Paranaguá se destaca nesse contexto? Giovanni Guidolim ressalta que o custo logístico é essencial quando se trata de cargas do agronegócio, que geralmente possuem valores mais baixos. E Paranaguá conta com um complexo portuário que atende perfeitamente a essas demandas.
“O Terminal de Contêineres de Paranaguá, juntamente com seus parceiros de retroárea, oferece toda a estrutura necessária para o recebimento, armazenagem e exportação dessas cargas. A ocupação baixa do terminal, aliada à flexibilidade e eficiência na operação, são fatores que diferenciam Paranaguá nesse mercado”, diz.
O sucesso das festas juninas não se limita apenas às comemorações em território brasileiro. Os produtos típicos ganham o mundo, levando consigo o sabor e a alegria dessa tradição. Para Giovanni, o aumento nas exportações de milho, pipoca, canjica e arroz é um reflexo não apenas da demanda crescente, mas também da capacidade logística e do empenho dos profissionais envolvidos nessa cadeia de produção e, especialmente, no Porto de Paranaguá.