Grupos de ciclistas percorrem o litoral e descobrem lugares surpreendentes
Vento no rosto, sensação de liberdade e força nas pernas, a bicicleta é um dos meios de transporte que pode ser utilizado para locomoção, lazer e para a prática de esporte individual ou em grupo. Além dos benefícios para a saúde física e mental, pedalar proporciona momentos de lazer e passeios incríveis.
Neste período de pandemia, o número de adeptos dessa atividade aumentou, pois a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a pedalada como meio de locomoção, tendo em vista que evita aglomeração.
Sem contar que, de acordo com os profissionais da área de saúde, andar de bicicleta ajuda a queimar calorias, tonifica pernas e braços, fortalece os músculos, melhora a frequência cardíaca, melhora a respiração e o fôlego, ajuda na qualidade do sono, entre outros benefícios, nada mau, né?!
Grupos de pedalada
Em Paranaguá, por exemplo, há vários grupos de amigos que se reúnem para desbravar o litoral de bike. Um deles é o “Pedal é Saúde”, organizado pelo comerciante Jonas dos Santos, de 44 anos, que surgiu em janeiro de 2019.
Jonas contou ao JB Litoral que pedala “de verdade” faz 4 anos e seu primeiro desafio foi chegar até o KM 40, na BR-277. Segundo ele, o pessoal se organizou pelo aplicativo de mensagem WhatsApp. “Fomos em oito pessoas, mais ou menos, saímos do posto de gasolina Jardim, no Jardim Samambaia. Sofremos um monte, empurramos a bicicleta algumas vezes, mas tudo isso foi empolgando a turma”.
Destinos
Praias, Morretes, Piraquara, Estrada da Graciosa, colônias, ele conta que já visitaram vários lugares e cada destino depende do padrão do ciclista.
Com um cronograma semanal, eles se organizam entre as pedaladas mais leves até as mais intensas, daquelas que é para sair da zona de conforto, mas Jonas ressalta que ninguém fica para trás.
Os iniciantes não precisam se aventurar na Estrada da Graciosa, por exemplo, há um circuito urbano, entre a Avenida José Lobo e o centro de Paranaguá.
Já os que preferem se desafiar, ele convida para um passeio noturno nas colônias. Claro que os atletas aproveitam os passeios para experimentar comidas diferentes. “Temos o passeio gastronômico, vamos parando para comer sorvete, pastel, picolé, é bem tranquilo”.
Hoje são três grupos no WhatsApp e um no Facebook. Quem quiser começar é só entrar em contato com o Jonas. “Nosso lema é não deixar ninguém para trás”, completa.
Contato: (41) 98767-0935
Morro Holandês
Uma das paradas é a Fazenda Morro Holandês, que fica no Km 7, na PR-508, na rodovia Alexandra-Matinhos.
A região ficou conhecida, principalmente, pelo famoso picolé natural. A proprietária Fernanda Antonieta Losdijkstra disse ao JB que está no local há 17 anos, mas foram os ciclistas que atraíram os turistas. “Nós trabalhamos na feirinha da Catedral e vendemos na fazenda, aqui começou com as bicicletas, eles vieram e começaram a fazer propaganda, o pessoal ficou curioso e começou a vir pra cá”, explicou Fernanda.
Com 64 hectares, um percurso de estrada de chão, entre a Quintilha e a Colônia Maria Luiza, com muitas árvores e uma bela paisagem, leva até a fazenda.
Além da Fernanda, o marido Auke Dijstra, três filhos, dois genros, cinco netos e uma funcionária trabalham com agricultura familiar. Segundo ela, a maior atividade é o leite. “Trabalhamos com o leite da vaca Jersey, que é especial para industrializar”, diz. Fernanda ressalta que esse tipo de leite contém mais gordura e é o que deixa os produtos mais saborosos. O que contribui para o sabor são os ingredientes naturais. O sorvete de capuccino, por exemplo, é feito com café colonial próprio. “Os holandeses são muito bons para o café”, pontua.
Apesar do picolé ser o mais conhecido, a família produz queijos, iogurtes, sorvetes e possuem vários animais, um deles é um porquinho que é o xodó dos visitantes.
A dona reforça que não há uma estrutura especial para o turismo e, devido à pandemia, não estão oferendo muitos serviços. Mas já estão construindo uma lojinha com produtos artesanais da região.
Sem contar que a vista é espetacular, pois dá para ver a Ilha do Mel, o Porto de Paranaguá e a Serra. “Só pedimos para que não venham na chuva, pois atrapalha bastante”, frisa Fernanda.
Quer conhecer? A fazenda é aberta ao público de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h, e aos domingos, das 9h às 12h e das 14h às 17h30.