Por Karla Brook
Os casos de homicídios dolosos aumentaram 50%, no litoral, de janeiro a março deste ano, se comparado com o mesmo período de 2020. De acordo com os dados do relatório estatístico de mortes, da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), apenas a cidade de Paranaguá registrou, no período de 2021, 30 mortes pelo crime, o mesmo número de assassinatos ocorridos nas sete cidades litorâneas, juntas, no mesmo intervalo de tempo do ano passado. Até março, Guaraqueçaba, Morretes e Pontal do Paraná não tiveram homicídios registrados.
Foram 45 registros do crime em todo o litoral, de janeiro a março de 2021, contra 30 no mesmo período do ano passado. O aumento mais expressivo nos casos de homicídios dolosos foi em Paranaguá: neste período, foram 30 casos na cidade e, nos primeiros três meses de 2020, 18.
A cidade de Antonina ocupa a segunda posição no aumento de homicídios entre os municípios da região. De um caso nos três primeiros meses de 2020, subiu para cinco registros, no mesmo intervalo de tempo deste ano.
Nas cidades balneárias, apenas Guaratuba registrou um pequeno aumento: de quatro homicídios dolosos, no primeiro trimestre de 2020, para cinco neste ano. Em Matinhos, a redução foi de seis casos para cinco e em Pontal do Paraná, que teve apenas um registro nos primeiros três meses do ano passado, não houve nenhum assassinato registrado no período de 2021.
Elucidação de crimes
Após análise da cena do crime pela perícia criminal, inicia-se todo o trabalho de apuração sobre o ocorrido, para que possa ser identificado o autor e as motivações do assassinato. Esse é um trabalho que demanda tempo, planejamento estratégico, recursos tecnológicos e, principalmente, mão de obra das forças policiais.
Um exemplo do tempo de trabalho que as perícias e investigações demandam é o cenário de solução dos casos que ocorreram no litoral, durante o primeiro quadrimestre de 2020. Foram registrados 41 homicídios, nas sete cidades litorâneas de janeiro a abril do ano passado e desses, até o fechamento desta reportagem, apenas 29% foram elucidados, ou seja, cerca de 11 crimes tiveram uma resposta. Os dados de resolução dos homicídios foram fornecidos, ao JB Litoral, pela Polícia Civil do Paraná e confrontados com o relatório de mortes da Sesp.
“O crime de homicídio tem uma atenção muito grande da Polícia Civil porque ele não ocorre isoladamente. Além de se tratar de uma ocorrência grave, contra a vida, quase sempre é consequência de outros crimes, como tráfico de drogas, furtos, roubos e formação de quadrilha. Sempre existe um motivo e um mandante e, na grande maioria, está relacionado ao tráfico de drogas”, explicou o delegado de Paranaguá, Rogério Martin de Castro.
A Polícia Civil do Paraná faz parte, desde 2019, do sistema de Legitimação à Distância (Lead), que tem como foco principal agilizar a perícia de impressão digital. Criado pelo governo paulista, o convênio interestadual permite o compartilhamento de dados de estados como São Paulo, Goiás, Rondônia e Sergipe, além do Paraná, o que acelera muitos casos de investigação criminal.
“Trabalhamos para sempre encontrar respostas, solucionarmos os crimes e, consequentemente, evitar que outros aconteçam”, acrescentou o delegado.