Itaipu anuncia Núcleo de Cooperação Socioambiental no Litoral


Por Cleverson Teixeira
O evento do Núcleo de Cooperação aconteceu no Complexo de Natação Nereu Gouvêa, em Paranaguá, e contou com a presença de representantes de diversas entidades do Litoral. Foto: Juan Lima/JB Litoral
O evento do Núcleo de Cooperação aconteceu no Complexo de Natação Nereu Gouvêa, em Paranaguá, e contou com a presença de representantes de diversas entidades do Litoral. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Na última quinta-feira (12), a Itaipu Binacional e a Itaipu Parquetec divulgaram a criação do Núcleo de Cooperação Socioambiental do Litoral, durante evento realizado no Complexo Olímpico Nereu Gouvêa, em Paranaguá. O projeto, que integra o programa “Itaipu Mais que Energia”, tem como objetivo reunir representantes de governos, universidades, organizações civis e empresas para enfrentar desafios socioambientais em 434 municípios do estado do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Conforme a Itaipu, os núcleos (que somam 19 no estado paranaense e um no Mato Grosso do Sul) servem como espaços de diálogo e colaboração, oferecendo informações qualificadas e promovendo a troca de conhecimentos entre as entidades envolvidas. Eles também facilitarão o desenvolvimento de projetos conjuntos e fortalecerão as redes locais.

Além disso, o diagnóstico territorial será a primeira atividade guiada por especialistas e os núcleos receberão formações focadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre outros temas. A participação inicial se dará por meio de instituições convidadas, com a meta de expandir o movimento ao longo do tempo.

Ao JB Litoral, a coordenadora dos Núcleos de Cooperação Socioambiental, Silvana Pitorassi, destacou os trabalhos realizados pela Itaipu nos mais de 400 municípios. “A Itaipu já faz investimentos nesses municípios, em várias áreas socioambientais, como gestão de resíduos, agricultura sustentável e instalação de placas fotovoltaicas, mas não tínhamos uma instância de diálogo direto com esses territórios“, disse.

Ela ressaltou, também, a importância desse projeto para integrar as instituições locais que atuam nessas frentes, fortalecendo e qualificando as suas ações. “Não é a Itaipu que define as necessidades. A ideia é conversar com as instituições para que os investimentos sejam definidos a partir da realidade de cada município“, afirmou.

Dessa forma, mesmo que o público beneficiado não participe diretamente dos núcleos, as associações que os representam tomam partido do processo. “O mais importante é que as organizações convidadas representem um número significativo de pessoas e tenham capilaridade nos territórios“, complementou.

A coordenadora dos Núcleos, Silvana Pitorassi, destacou a importância do diálogo direto com os municípios. Foto: Juan Lima/JB Litoral

SEIS CIDADES DO LITORAL FORAM REPRESENTADAS

O evento contou com a presença de representantes de diversas instituições de Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba, incluindo entidades ligadas ao fandango, ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de grupos focados em saúde e meio ambiente.

Estamos criando uma sinergia entre as instituições para que trabalhem juntas e fortaleçam suas ações, com o objetivo de potencializar os resultados. Então, convidamos essas associações para participarem conosco e assumirem esse desafio, que é uma atuação mais incorporada no território”, concluiu Silvana Pitorassi.

Já o consultor de Governança Participativa, Luiz Antônio Ferraro, comentou a respeito da relevância da formulação de uma agenda para enfrentar problemas socioambientais. “O que a gente está construindo, aqui, é o que se percebeu no mundo como a única forma de resolver problemas graves da sociedade, que são de ordem ambiental, social e econômica. Sendo assim, nós precisamos produzir uma agenda comum”, salientou Ferraro.

Ele disse, ainda, que não há possibilidade de uma organização produzir ótimos projetos de forma isolada, por isso, a importância de agregar as instituições. “Esse conjunto de organizações tem que pensar dessa forma: como é que nós vamos resolver esse problema? Sem a formulação de uma agenda comum, cada um atira para um lado e você não se dá conta dos problemas graves, porque eles têm uma característica sistêmica e isso tem a ver com o jeito que as pessoas se comportam, comem, pensam, produzem. Por isso nós montamos os núcleos, para que haja agendas comuns”, explicou.

O consultor também evidenciou que o trabalho inicial dos núcleos é identificar e priorizar as principais adversidades de cada município, abordando as causas delas. Além disso, aproveitou para elencar os principais problemas encontrados no litoral paranaense. “Cercar o problema significa compreender as causas e entender quem tem responsabilidade sobre elas. No Litoral, os principais problemas encontrados são o desmatamento, saneamento básico, a baixa renda, criminalidade e as ocupações irregulares“, finalizou Luiz Antônio Ferraro.

“Sem a formulação de uma agenda comum, você não se dá conta dos problemas graves”, disse Luiz Antônio Ferraro, consultor de Governança Participativa. Foto: Juan Lima/JB Litoral

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