Litoral vai receber radares, estações e sensores para monitoramento de eventos extremos


Por Thais Skodowski com informações da AEN/PR
Tempo frio Pguá
Estrutura será fundamental para o enfrentamento de eventos climáticos extremos. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Preocupado com a causa, o efeito e consequências das mudanças climáticas, o Governo do Estado desenvolveu uma estrutura de monitoramento mais robusta a questões climáticas para a região costeira do Paraná.  A implementação de radares, sensores e estações metereológicas  começará nos próximos meses e levará em torno de três a quatro anos para ser finalizada.

O projeto, que ganhou o nome de  Monitora Litoral, é coordenado pelo Simepar em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT), e prevê a instalação de um novo radar, sete estações meteorológicas, sete estações hidrológicas, quatro marégrafos, dois sensores ADCP, que medem a velocidade de correntes na água, dois ondógrafos e uma boia oceanográfica. O investimento é de R$ 70 milhões.

O novo conjunto de dispositivos irá coletar múltiplas informações sobre as condições marítimas e atmosféricas da região, como variações nas correntes, marés e ondas. Tais dados são fundamentais na avaliação da qualidade da água de rios e do mar, ecossistemas da região, além de coletar informações para respostas rápidas a eventos climáticos extremos, com a previsão de chuvas torrenciais com chance de alagamentos, ondas e ressacas.

“A partir desse novo sistema, teremos benefícios na cobertura meteorológica da costa marítima. Isso é algo importantíssimo para garantir a segurança na região, principalmente na alta temporada, quando o Litoral recebe uma concentração maior de pessoas e fica sujeito a eventos naturais extremos, como chuvas fortes e alagamentos”, acrescenta o diretor-presidente do Simepar, Paulo de Tarso.

Localização dos dispositivos na região costeira

As 14 estações serão instalados em locais que serão definidos pelos sete municípios da região (Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba). Metade do conjunto é formada por estações hidrológicas telemétricas, capazes de medir precipitação e vazão, enquanto a outra metade refere-se a estações meteorológicas automáticas, que poderão medir precipitação, vento, temperatura, umidade, pressão atmosférica e radiação solar.

O pacote comtempla ainda aparelhos que quantificam condições específicas do mar. Eles incluem marégrafos, voltados para registrar variações no nível do mar, ondógrafos para monitorar a altura, direção e período das ondas, e sensores de corrente ADCP, que medem a velocidade das correntes marítimas em diferentes profundidades. Além disso, uma boia oceanográfica, equipada com sensores de ondas, temperatura, salinidade e correntes, será instalada em um ponto distante da costa para coletar dados em locais de difícil acesso.

Já o radar meteorológico será instalado em Pontal do Paraná e será responsável pela vigilância das condições climáticas da região em tempo real, cobrindo uma lacuna importante na previsão meteorológica já executada pelo Simepar.

Recurso é da compensação ambiental da Petrobras

Assim como o projeto Monitora Paraná, que vai ampliar a estrutura de monitoramento climático em diferentes pontos do Interior do Paraná, o Monitora Litoral conta com recursos  da compensação do acidente ambiental da Petrobras em 2000 em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, liberados neste ano pela Justiça Federal.

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