Auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente, para ter acesso a esses três benefícios, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o cidadão precisa passar pela perícia médica. O procedimento é realizado com o objetivo de comprovar a existência de doença ou algo que incapacite o trabalhador, de forma total ou parcial, para exercer a profissão. Os meios para marcar tal exame são: o atendimento pelo telefone 135 ou via internet, no site meuinss.gov.br.
Para os moradores de todo o litoral, o atendimento é feito na agência do INSS que fica em Paranaguá. Outra alternativa é agendar em agências da capital. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, órgão vinculado ao Governo Federal a que os médicos peritos estão subordinados, na última sexta-feira (25), 845 perícias médicas estavam na fila para serem realizadas na unidade do litoral. Ainda de acordo com a secretaria, na agência do INSS em Paranaguá, há três médicos peritos lotados – dois estão no atendimento presencial, com um total de 845 agendamentos futuros.
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Como se não bastasse a fila numerosa, são vários os relatos de dificuldades para conseguir agendar a perícia médica e, ao conseguir marcar, o longo prazo para a realização desanima quem já está fragilizado.
O JB Litoral falou com uma destas pessoas, que se encontrava nesta fila, por conta de uma com hérnia de disco, que prefere manter o anonimato, a qual disse que colecionou protocolos de atendimento até ter a data do exame definido.
Aos 33 anos, a trabalhadora do setor hoteleiro sofria com as fortes dores e os afastamentos temporários devido à doença. As tentativas para marcar a perícia começaram em dezembro do ano passado e só em janeiro de 2021 ela teve o agendamento do procedimento para três meses adiante, em abril, quando foi afastada e teve o auxílio-doença concedido.
“Abri vários protocolos, estava indignada, pois as ligações caíam ou desligavam na minha cara, ou diziam que o sistema estava fora do ar, foi quase um mês até conseguir marcar a perícia. Consegui atendimento em janeiro para passar pelo médico só em abril, mas depois que consegui a perícia foi rápido para ter o benefício concedido, ao contrário de algumas pessoas que conheço que tiveram o pedido negado”, desabafou.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho nega prazos longos entre o agendamento e a realização da perícia médica. Segundo a pasta, o tempo médio atual, entre a marcação e o procedimento, está em 23 dias. São realizados, em média, 21 atendimentos presenciais diários na agência do INSS, em Paranaguá.
Luz no fim do túnel
No último dia 22 foi assinado, em Guaraqueçaba, um termo de cooperação técnica para a instalação de um posto de atendimento avançado do INSS no município.
Na ocasião, o gerente de execução do INSS, Aldebrando Lins de Albuquerque, afirmou que, na unidade, a população terá acesso a todos os serviços da previdência. “A agência contará com uma estrutura tecnológica avançada, com automação e serviços de atendimento digitais”, declarou o gestor.
Segundo a prefeitura, o posto de atendimento avançado atenderá demandas como aposentadorias, pensão por morte, auxilio-reclusão, salário maternidade, cópia de processos, benefícios assistenciais, revisão de benefícios, recursos, certidão de tempo de contribuição, atualização ou manutenção de benefícios e de dados cadastrais, emissão de extratos e comprovantes, prova de vida e apoio administrativo às atividades do INSS que demandem serviços presenciais.
Ainda não foi divulgada uma data prevista para que a unidade seja instalada e passe a atender a população.
Já no começo deste mês, o gerente de execução também esteve em outra cidade do litoral. Em Matinhos, Aldebrando Lins, orientou como pode ocorrer o acordo de cooperação técnica entre a autarquia e a prefeitura, para que uma unidade do INSS também seja instalada no município vizinho, o que tende a desafogar o atendimento na agência de Paranaguá e poupar os matinhenses de se deslocarem até lá.