Prefeitura doa terreno para construção de Centro de Recuperação de Dependentes Químicos pela Mitra Diocesana de Paranaguá


Por Luiza Rampelotti
Prefeitura doa imóvel para construção de Centro de Recuperação de Dependentes Químicos

Prefeito Marcelo Roque foi o responsável por criar o Projeto de Lei que autoriza a doação do terreno à Mitra. Foto: Prefeitura de Paranaguá

Prefeitura doa imóvel para construção de Centro de Recuperação de Dependentes Químicos

Nesta segunda-feira (5), o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (Podemos), sancionou a Lei 4.253/22, que autoriza a doação de um imóvel do Município para a Mitra Diocesana. No terreno doado, que fica em um bairro rural na comunidade da Floresta, será implantado um Centro de Recuperação de Dependentes Químicos.

A iniciativa da doação partiu do prefeito Marcelo Roque (Podemos), que informa que o centro será implantado e administrado sem fins lucrativos pela Mitra, com a finalidade de assistência social em defesa e apoio a dependentes químicos. “É notório que as drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, são um problema da sociedade brasileira que nunca sai de pauta. A criação de um espaço a fim de atendimento a estes brasileiros é de grande interesse público, já que junto ao assunto se encontram problemas sociais, de segurança pública e de saúde pública”, comenta.

De acordo com o prefeito, a doação atende aos requisitos e necessidades de investimento municipal em favor do combate às drogas por meio de acolhimento e atendimento a dependentes, com a finalidade de se promover sua reinserção social. Marcelo destaca que investir neste tipo de atendimento gera grandes custos à administração, de forma que, em sua maioria, os tratamentos sempre são realizados em parcerias público-privadas.

Vale destacar que não está se promovendo a doação do imóvel com encargo em favor da entidade religiosa por sua natureza, mas, sim, por seu enquadramento como entidade assistencialista e de saúde. Portanto, o interesse público que justifica a colaboração não está relacionado com a atividade religiosa pura e simples, estando presente o aspecto assistencial ou hospitalar”, explica Marcelo Roque. 


Centro de Recuperação


O imóvel doado se trata de um terreno rural de propriedade da Prefeitura, localizado na divisa com o município de Morretes, nas proximidades da comunidade da Floresta. A área total do terreno é de 21.320 mil metros quadrados.

Ao JB Litoral, o bispo da Diocese de Paranaguá, Dom Edmar Peron, destaca que o terreno não servirá às necessidades da Diocese, mas que será oferecido em comodato à Fazenda da Esperança, uma comunidade terapêutica filantrópica que atua desde 1983 no processo de recuperação de pessoas que buscam a libertação de seus vícios, principalmente do álcool e das drogas.

Com mais de 105 comunidades no Brasil espalhadas em todos os estados, a Fazenda da Esperança acolhe homens e mulheres com idade entre 18 e 59 anos que desejam, livremente, se recuperar de drogas, álcool e outros tipos de vícios. Para ser atendido, é necessário entrar em um processo pedagógico de 12 meses de duração.

Além das unidades no Brasil, a fazenda tem outras unidades estruturadas em 24 países, em quatro continentes: América, Europa, África e Ásia. No Brasil, 21 são para acolhimento de mulheres.

De acordo com o bispo Dom Edmar Peron, a unidade de Paranaguá será construída com o apoio da Feira da Partilha/Receita Federal, e atenderá apenas homens. “Aqui irá funcionar um núcleo de cuidado dos rapazes, com o intuito de resgatar os que estão nas drogas. Esse projeto está sendo levado avante já faz um tempo e precisava desse terreno concreto para edificar a casa e, assim, começar o trabalho”, conta.

A Lei 4.253/22 foi assinada nesta segunda (5) pela manhã, pelo prefeito Marcelo Roque, num encontro entre representantes do poder público, Mitra Diocesana, Feira da Partilha/Receita Federal e Fazenda Esperança. A partir de agora, as obras poderão ser iniciadas.

Segundo Marcelo Rodrigues, responsável regional da Fazenda Esperança, será feita a reforma da casa já existente e construção de blocos para leitos. “O comodato com a Cúria vai possibilitar que a Fazenda Esperança assuma os trabalhos e assim a cidade terá mais um espaço de atendimento a este público que necessita tanto”, detalha.

Exigências


De acordo com o PL, a entidade beneficiada com a doação do imóvel tem o prazo de seis meses para iniciar as obras, e de dois anos a partir da posse provisória do imóvel para a instalação definitiva do empreendimento. Após esse período, caso a Casa de Recuperação não esteja em funcionamento, o terreno, bem como suas benfeitorias existentes voltarão ao patrimônio público do Município.

Além disso, a Lei prevê que 20% das vagas tenham encaminhamento pelo Poder Municipal, o que deve ser feito por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social.

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