Por Karla Brook
Cerca de 50 toneladas de maracujá são colhidas anualmente, em Guaratuba, desde 2019. A nova potência agrícola da cidade, e na renda dos agricultores da região, é resultado das primeiras 12,5 mil mudas, do fruto, entregues há dois anos, aos cultivadores do município.
O que era apenas para consumo próprio, tornou-se fonte de renda para muitas famílias de agricultores da região. Com a necessidade de diversificar a produção agrícola na cidade nasceu o Projeto Maracujá, criado com a parceria entre a Secretaria Especial para Demandas da Área Rural e a Secretaria de Pesca e Agricultura. A iniciativa foi o pontapé inicial para o cultivo de maracujá em grande escala no município.
“Em visitas técnicas às propriedades rurais notamos que, na grande maioria, continham plantas de maracujá nativo para consumo próprio. Então, surgiu a ideia do Projeto do Maracujá, que veio ao encontro com a necessidade de diversificação para nossa agricultura e o incentivo ao seu plantio, que é uma cultura de cultivo fácil, bom preço de mercado e com produção a partir de seis meses após plantar. Isso fez muitos produtores aderirem ao projeto”, explicou o técnico agrícola da prefeitura de Guaratuba, Dagoberto da Silva.
O cultivo de maracujá
Iniciado em 2019, o programa continua em desenvolvimento e com aumento, a cada ano, no número de produtores participantes em Guaratuba. Um desses produtores é o casal Dorita e Edir de Córdoba, conhecidos na região como “Maneco” e “Maneca”, que fizeram do plantio de maracujá uma fonte de renda para a família.
Há cerca de três anos a produtora rural, Dorita, de 69 anos, viu um panfleto sobre o cultivo, interessou-se e convidou seu companheiro para conhecerem mais o assunto. Tempos depois, o casal, que mora na região do Cubatão, recebeu a visita de Dagoberto, justamente para falar do plantio da fruta. “Ele veio aqui em casa, explicou sobre a produção do maracujá, nos incentivou e a gente foi fazendo dar certo”, contou a produtora que não mede esforços para um bom cultivo.
A comercialização
A colheita anual no maracujá gira em torno de 50 toneladas. Alguns agricultores estão comercializando sua produção junto às iniciativas institucionais de compra direta, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e também pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), assim como o casal de produtores de Cubatão.
Antes de conhecer o programa, a família não comercializava nenhum produto, apenas plantava algumas opções de frutas, verduras, legumes e raízes apenas para o consumo entre eles. “A gente não plantava nada para vender e agora trabalhamos muito com o maracujá, que veio para contribuir com a nossa renda. Tanto que, nesta semana, entregamos 880 quilos da fruta para escolas de Guaratuba”, acrescentou Dorita.
O projeto continua com a produção e entregas de mudas aos agricultores que estão fazendo a cadastro na Secretaria Especial para Demandas da Área Rural e Secretaria de Pesca e Agricultura, para o recebimento dos brotos relativos ao ano de 2021.