Projeto ‘Jiu-Jitsu na Comunidade’ cresce em Pontal do Paraná com aulas acessíveis e apoio voluntário

No dia 19 de outubro, o projeto realizará um evento no estacionamento do Supermercado Bavaresco, em Praia de Leste, com aulas abertas, apresentações e inscrições para novos alunos.


Por Luiza Rampelotti
MAYARA MMA PONTAL – IMAGENS JUAN LIMA JB LITORAL 25 09 2024-15

Idealizado por Neri Sassaki e o mestre Alisson Oliveira, o "Jiu-Jitsu na Comunidade" visa oferecer aulas gratuitas ou com descontos para pessoas de todas as idades, com ênfase em inclusão social, especialmente para indivíduos com deficiência física ou neurodivergência. Foto: Juan Lima/JB Litoral

MAYARA MMA PONTAL – IMAGENS JUAN LIMA JB LITORAL 25 09 2024-15
1/4 Idealizado por Neri Sassaki e o mestre Alisson Oliveira, o “Jiu-Jitsu na Comunidade” visa oferecer aulas gratuitas ou com descontos para pessoas de todas as idades, com ênfase em inclusão social, especialmente para indivíduos com deficiência física ou neurodivergência. Foto: Juan Lima/JB Litoral
2/4 Alisson Oliveira, autista e faixa preta em Jiu-Jitsu, Muay Thai e Judô, é o responsável pelas aulas, compartilhando sua experiência de superação com alunos que enfrentam desafios pessoais. Foto: Juan Lima/JB Litoral
3/4 Néri Sassaki é representante comercial e idealizadora do projeto social. Foto: Juan Lima/JB Litoral
4/4 Atualmente, o projeto acontece na garagem da casa de Néri e Alisson. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Em Pontal do Paraná, um novo projeto nasce com o objetivo de transformar vidas por meio do Jiu-Jitsu. Idealizado por Neri Sassaki e o mestre Alisson Oliveira, o “Jiu-Jitsu na Comunidade” visa oferecer aulas gratuitas ou com descontos para pessoas de todas as idades, com ênfase em inclusão social, especialmente para indivíduos com deficiência física ou neurodivergência. Com o desafio de obter apoio financeiro e institucional, o projeto já conta com uma rede de apoio voluntário e começa a ganhar força, acreditando que o esporte pode ser a chave para a transformação pessoal e social na região.

Embora o projeto esteja em fase de construção, com a inauguração ainda por vir, Neri e Alisson já se encontram em um trabalho incessante para reunir apoio e estruturar uma base sólida para a sua execução. “Recrutamos pessoas, porque acreditamos que quanto mais apoio conseguirmos, mais fácil será buscar ajuda oficial, seja da Prefeitura ou de outras fontes. Queremos mostrar um trabalho antes de buscar o apoio”, afirma Neri.

O projeto, que atualmente funciona em um espaço limitado, busca expandir suas atividades, oferecendo aulas para crianças, adolescentes e adultos, com preços simbólicos ou até gratuitos, dependendo da condição financeira das famílias. Neri explica que o objetivo não é lucrar, mas sim garantir a continuidade do projeto e a inclusão de todos. “Queremos montar uma estrutura onde, mesmo com dificuldades, o projeto continue funcionando”, afirma.

Inclusão social por meio do Jiu-Jitsu

O Jiu-Jitsu foi escolhido por ser uma arte marcial que, além de promover a saúde física, também atua no desenvolvimento pessoal e na reabilitação emocional. Alisson Oliveira, que é autista e possui uma história pessoal de superação, é o responsável pelas aulas. Com faixa preta em Jiu-Jitsu, Muay Thai e Judô, o professor Oliveira encontrou nas artes marciais uma forma de se reabilitar após uma grave queimadura na infância, e agora transmite essa experiência para seus alunos, muitos dos quais apresentam desafios pessoais ou dificuldades em sua vida cotidiana.

Já temos resultados impressionantes. Alisson tem uma sensibilidade única para lidar com alunos que enfrentam dificuldades, especialmente no contexto escolar e social”, explica Neri.

Além das aulas de Jiu-Jitsu, o projeto se propõe a ir além, buscando parcerias com outros profissionais e serviços que possam contribuir com a comunidade. A ideia é montar uma rede de apoio, onde advogados, cabeleireiros e outros profissionais liberais possam oferecer seus serviços gratuitamente ou com descontos. “Identificamos as necessidades das pessoas e tentamos suprir essas demandas. Já temos professores se cadastrando para auxiliar alunos com dificuldades escolares. Alguém já se ofereceu para doar um kimono por mês“, conta Neri, destacando a importância de pequenas ações para o sucesso do projeto.

Ação no dia 19 de outubro

Para oficializar e ampliar o projeto, Neri está no processo de criação de uma associação, o que garantirá maior segurança jurídica e possibilitará a captação de recursos. “Estamos trabalhando na parte legal, buscando parceiros e tentando montar a estrutura necessária para poder atender mais pessoas“, conta. Com a força de uma equipe engajada, o projeto já conta com uma frequência positiva de alunos e continua crescendo.

Embora esteja apenas começando, o “Jiu-Jitsu na Comunidade” já demonstrou seu potencial ao organizar, em setembro, um evento que reuniu 80 atletas, com a participação de equipes de diferentes cidades. Agora, o projeto se prepara para o próximo desafio, agendado para o dia 19 de outubro (sábado), com o objetivo de ampliar sua presença na comunidade e atrair novos participantes. O evento será realizado no estacionamento do Supermercado Bavaresco, em Praia de Leste, com um tatame montado para aulas abertas, apresentações e inscrições para novos alunos. “A meta é expandir o alcance do projeto, oferecendo mais bolsas e descontos para famílias que enfrentam dificuldades financeiras, garantindo que todos possam acessar o Jiu-Jitsu, independentemente da sua condição econômica. O esporte salva vidas. E o Jiu-Jitsu tem um poder transformador que pode mudar a realidade de muitas pessoas”, diz Neri.

Ela, que também trabalha como representante comercial, vê esse momento como uma oportunidade única para lançar o projeto social. “A estabilidade financeira me permitiu estruturar algo mais sólido. Não tenho medo dos desafios, pois sei que, com trabalho e dedicação, tudo é possível”, conclui.

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