Na sessão da Câmara Municipal de Paranaguá desta terça-feira (16) o vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT) trouxe uma grave denúncia, por meio do requerimento n° 39/2021, de que restos mortais são descartados, juntamente com lixo comum, em latões de lixo no cemitério municipal Nossa Senhora do Carmo.
Ao pedir a aprovação do requerimento aos vereadores, Jozias Ramos, disse ter tomado conhecido que uma viúva, moradora no Parque São João, enquanto espera construir um túmulo ao seu marido, teve seu corpo deixado numa gaveta mortuária.
Entretanto, foi orientada que, num prazo de três anos, os restos mortais seriam retirados e ela poderia deixar no túmulo. Porém, antes do prazo, ao tentar fazer sua retirada, descobriu que os retos mortais haviam sumido.
Indignada, cobrou dos responsáveis do cemitério que a levaram para um local onde havia latões de lixo com água e sacos contendo ossos retirados de gavetas, mas não acharam. Os servidores disseram que poderia estar no cemitério do Rio das Pedras, o que se confirmou.
O vereador considerou uma falta de respeito com quem perdeu seus familiares, pois os restos mortais do marido da viúva não deveriam estar em outra localidade.
Mandíbula em cima de um túmulo
Na discussão do requerimento, o vereador Adalberto Araújo (MDB), reforçou a denúncia, dizendo que na sexta-feira (12), quando estava no sepultamento encontrou mandíbula solta em cima de túmulo e a mostrou durante a sessão remota.
Com a denúncia, o vereador apresentou o requerimento pedindo quatro esclarecimentos ao Poder Executivo. Foram eles: como e aonde são armazenados os restos mortais, até a família dar a destinação nos túmulos familiares? Qual é o prazo que os familiares tem para efetuar o translado dos restos mortais das gavetas mortuárias para túmulos familiares? Extinguindo o limite máximo do prazo das gavetas mortuárias, qual a destinação é dada aos restos mortais? Existe taxas a serem pagas para tal procedimento, caso positivo, detalhar quais taxas e enviar copias a este Poder Legislativo bem como para esse vereador dos últimos dois anos?
O requerimento foi aprovado por unanimidade.
JB Litoral fez denúncia em 2015
No final de fevereiro de 2015, o JB Litoral, durante visória da manutenção e limpeza no mesmo cemitério, em companhia dos vereadores da época, se deparou com mato ao redor dos túmulos, jazigos destruídos, caixões espalhados pelos corredores e sacos de lixos com ossos humanos guardados em um ossário improvisado.
Após a reportagem, o Ministério Público do Paraná (MPPR), enviou a prefeitura a Recomendação Administrativa nº 7/2015 cobrando que a prefeitura resolvesse esta situação.