Suspeita de ato racista faz reverência a funcionário e vai tirar satisfação com vítima; vídeo


Por Marinna Prota

(foto: reprodução)

Por Marinna Protasiewytch

Não satisfeita com a repercussão do caso, a senhora de aproximadamente 50 anos, que é suspeita de cometer atos de racismo no Restaurante Cheiroso, em Guaratuba, na última semana, voltou a “atacar”. Ela esteve em uma loja da região na segunda-feira (31), onde fez sinal de reverência a um funcionário e nesta sexta-feira (4) voltou ao restaurante para tirar satisfações com a vítima de racismo.

Em um vídeo gravado por pessoas que estavam no local, a mulher aparece dizendo que “meu pai me ensinou assim, tem que falar o moreninho, não falar de preto, não pode falar de nego”. Os funcionários questionam e revelam o que ela disse no dia em que esteve no restaurante na semana passada. “Eu perguntei para a senhora e a senhora disse que não gostava da cor da pele dele”, disse um deles.

Evilásio José Santana Filho, mais conhecido como Café é garçom no restaurante há pelo menos oito anos. A agressora negou que teria cometido racismo contra ele, mas reiterou que não gostaria de ser atendida pelo funcionário. “Eu quero ser atendida por ele e por esse [fazendo menção a dois funcionários brancos]. Você não precisa nem chegar perto, tá bom? Desculpa”, contou um dos atendentes indignado.

O garçom registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Guaratuba e o delegado responsável pelo caso, Leandro Stabile, disse que não é comum esse tipo de caso na cidade. “Não tem muitos casos em Guaratuba, não me lembro de outro esse ano. Ninguém foi ouvido ainda porque o B.O. foi registrado véspera do feriado, mas vai ser instaurado inquérito policial. A pena para o crime de injúria racial é de 1 a 3 anos de reclusão”, afirmou o delegado.

A gerente de um estabelecimento na região do restaurante contou que a mulher acusada de racismo esteve no local na segunda-feira. “Ela esteve aqui na loja, ela entrou no horário que estávamos abrindo. Um funcionário meu, o Roberson, que é moreno ao sair da loja, ela se deparou de frente com ele e fez reverência. Ainda falou em tom alto: ‘agora tem que ser assim né, em tom de deboche’, nós ficamos olhando assustados sem entender porque ela falou aquilo quando fez aquela reverência na frente dele”, relatou Hellen Rodrigues.

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