O vereador Dr. Gerson Júnior (PL) foi afastado do mandato de vereador por 90 dias. A decisão por 6 votos a 3 da Câmara Municipal de Matinhos ocorreu na noite dessa segunda-feira (5). O processo surgiu após a denúncia de uma ex-assessora que acusou o vereador de cometer rachadinha e assédio sexual. A partir de agora, além do afastamento, haverá abertura de Comissão Processante contra o vereador.
O caso ganhou repercussão após a denunciante acusar e em seguida retirar as afirmações feitas contra o vereador, mas mesmo após ter voltado atrás das acusações, gravações foram divulgadas do suposto momento em que a assessora entrega R$ 2 mil a Gerson, no portão da casa do vereador. O dinheiro seria parte do salário da jovem e era entregue mensalmente para o político. Era necessário maioria simples (5 votos) para abrir a Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) – que já havia acontecido no passado – e maioria absoluta (7 votos) para acatar a Comissão Processante, que afastaria o vereador durante 90 dias.
Durante a sessão, transmitida ao vivo pelas mídias da Câmara Municipal, Gerson Júnior chegou a se defender a alegou que ocorreria uma “injustiça” e “perseguição política” se o processo caminhasse e pediu que os pares votassem contra a aceitação da denúncia. Pedidos para ouvir o advogado do acusado e para adiar a denúncia foram negados pelo presidente Mário Braga (PODE).
Bate-boca marcou sessão
Para o presidente da CPI que avalia as denúncias, Miltinho Ribeiro (PODE), não havia provas concretas sobre os fatos relatados ainda e o afastamento de Gerson seria julgar sem ter o “resultado da justiça“. Já o vereador Marcio do Seda (PL), do mesmo partido do acusado, afirmou que era a favor da investigação, mas contra o afastamento.
Após Miltinho Ribeiro alegar não “haver provas” para afastar o vereador, Lucas Pesco (PSC), que é relator da CPI, criticou a fala do presidente da comissão e houve bate-boca. A vereadora Nivea Gurski (PSD) encerrou a discussão dizendo que os parlamentares estavam ali para “votar ou não” e disse que “ninguém estava julgando ninguém“. Em seguida, o vereador Jair Pescador (PL) defendeu a votação e afirmou que “cada vereador sabe o que vai fazer no momento do voto“. O presidente da Câmara informou então que estava cumprindo o regimento interno e começou a votação às 21h48.
Por 6 votos a 3, o vereador foi afastado. O presidente Mário Braga e o acusado Dr. Gerson Júnior não votaram.
Saiba como os vereadores votaram
ACATARAM A DENÚNCIA
Rodrigo Gregório (PODE);
Nivea Gurski (PSD);
Elton Lima (PSC);
Jair Pescador (PL);
Lucas Pesco (PSC); e
Leleu (PSL).
NÃO ACATARAM A DENÚNCIA
Miltinho Ribeiro (PODE);
Almir Leite (PROS); e
Marcio do Seda (PL).
Após o afastamento, a comissão processante está formada e será composta por Almir Leite (presidente), Elton Lima (relator) e Rodrigo Gregório (membro).
Por Brayan Valêncio