Visita da imagem de Nossa Senhora do Rocio gera confusão em estabelecimento em Paranaguá; Santuário classifica como intolerância religiosa


Por Thais Skodowski Publicado 08/11/2024 às 16h35
Momento em que advogado contesta o uso da área comum para celebração e gera reação entre os presentes.

Na tarde de quinta-feira (7), ocorreu uma confusão durante a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora do Rocio em um prédio comercial na Rua Maneco Viana, no bairro Raia, em Paranaguá. Um advogado contestou a utilização da área comum do estabelecimento e causou uma discussão acalorada entre outros condôminos.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o advogado Aurélio Silva dizendo que é contra o uso da área comum do prédio. Na gravação, ele é confrontado por outras pessoas, enquanto a responsável pela filmagem diz que antes do vídeo, ele estava bem alterado.

De acordo com Maria do Rocio Pereira Rodrigues, que presenciou a briga, Silva gritou para que eles desistissem da visita. “(…) querendo calor com gritos estridentes  para nos amedrontar e calar a nossa boca para que desistíssemos daquela tão linda bênção”, escreveu no perfil da rede social. Ela ainda disse que o padre precisou retirar a imagem da Santa e colocar em outra sala.

O Santuário de Nossa Senhora do Rocio emitiu uma nota classificando a situação como um caso de intolerância religiosa. “A atitude é inaceitável e desrespeita os princípios de tolerância e liberdade de crença que devem prevalecer na sociedade. A liberdade religiosa é um direito fundamental, garantido pela Constituição, e não pode ser obstaculizada por ações individuais ou grupais”, diz a nota.

O comunicado também explica que as visitas são agendadas. “Reiteramos que as visitas com a imagem de Nossa Senhora do Rocio são agendadas de forma prévia pelos proprietários/funcionários das instituições públicas e privadas na secretaria do santuário”. Neste ano, foram agendadas 380 visitas da imagem da Santa.

Advogado diz que não é caso de intolerância religiosa

Já Aurélio Savi diz que a oposição à imagem de Nossa Senhora do Rocio não foi intolerância religiosa. “Estão deturpando uma situação que foi uma discussão de condomínio, exclusivamente de condomínio”, afirma. De acordo com o advogado, quando ele chegou no prédio, encontrou uma mesa e um painel na área comum e, por isso, perguntou para o dono se existia autorização de uso do espaço. “Eu gostaria que tivesse uma reunião para definir o uso daquele espaço e gostaria de estar presente, mas se eu não tivesse e me informassem previamente, eu não teria problema”, explica.

Savi também nega ter sido agressivo com os outras pessoas. “Eu acredito que tenha sido respeitoso com ela em todos os momentos, em todos os momentos. Não desrespeitei nem ela, nem a família dela e nem a fé de ninguém. Se você ver o vídeo com calma, você vai ver que eu não tô sendo desrespeitoso com ninguém”, complementa.

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