Cobrar transparência não é ofensa a nenhum gestor


Por Redação JB Litoral Publicado 02/02/2015 às 09h00 Atualizado 14/02/2024 às 06h31

Na semana passada mesmo sem denunciar ou colocar suspeição na realização de uma concorrência pública milionária da prefeitura de Paranaguá, o JB se tornou alvo de uma frustrada tentativa de desacreditar sua linha editorial pelo Poder Executivo.
Chegou-se ao ponto de usar a estrutura pública, paga com impostos de contribuintes e cidadãos, para contestar uma informação do JB que a própria prefeitura deu como verdade, de forma oficial, no ano passado.
Mas chamou a atenção o esforço concentrado na defesa antecipada da suposta legalidade de uma licitação, cujo processo estava na casa do secretário de Obras, segundo um servidor da própria pasta.
Exercendo seu papel de informar com bases sólidas, o JB registrou a preocupação de uma vereadora com uma sequência de ações tidas como inusitadas, na concorrência pública milionária para a contratação de serviços de informatização que levarão dos cofres públicos mais de R$ 178 mil por longo 12 meses.
Intrigado com a tentativa de constranger o nosso trabalho nas redes sociais, o JB passou a investigar o processo licitatório e descobriu que duas empresas que já atenderam a gestão anterior, estão na disputa de abocanhar mais este filão de R$ 2,1 milhões de grana pública.
Não vejo como suspeito esta participação, afinal, a concorrência é pública, mas diante das muitas denúncias de irregularidades divulgadas pelo JB de seu antecessor, cuja atual gestão venceu nas urnas em 2012, certamente a luz de alerta no Ministério Público deve ter sido acessa.
Vale lembrar que a prefeitura confirmou o que o JB investigou e descobriu, Elotech e Lexsom disputam o certame licitatório. A tentativa de levantar os contratos de ambas as empresas de 2006 e 2009 se tornou infrutífera, porque a prefeitura descumpre a Lei federal 131/2009 e está com seu Portal da Transparência sem funcionamento. Ora, quem quer transparência proporciona essa condição e este descumprimento já ultrapassou a paciência do Ministério Público. Assim sendo, penso que cobrar transparência não é ofensa para nenhum gestor público.