Colisão entre caminhão e trem causa susto na entrada de Morretes


Por Redação Publicado 24/10/2021 às 18h01 Atualizado 16/02/2024 às 16h58

Uma colisão entre um caminhão e um trem na passagem de nível da rodovia Miguel Buffara, prolongamento da Rua XV de Novembro, Vila Palmeiras, na entrada de Morretes, assustou quem passava pelas imediações, por volta das 14h de domingo, 24.

Apesar do susto, ninguém ficou ferido, mas motoristas de veículos de carga que trafegam diariamente pela passagem de nível e moradores na região ficaram revoltados com mais um acidente no local. Uma manifestação chegou a ser realizada no local para chamar a atenção da operadora ferroviária Rumo Logística.

O acidente envolveu um caminhão Scania T112, com placas de Palmital, no Centro-Sul do Paraná, que ficou com a parte frontal destruída, mas o condutor, Roque Bakun, de 35 anos, saiu ileso. Ao ser ouvido pela reportagem, o caminhoneiro informou que seguia com o veículo vazio, de Paranaguá para Antonina, e que quando percebeu o trem vindo não teve como evitar a colisão.

“Após passar uma lombada eu arranquei e, em seguida, escutei o apito do trem, mas não deu tempo. Eu segurei o caminhão, que chegou a deixar uma marca de frenagem na pista, mas ele acabou parando em cima da linha férrea e, quando engatei à marcha ré, percebi que tinha um veículo atrás. Então, acabou acontecendo isso. Mas eu sofri apenas um susto”, declarou.

Bakun ainda comentou que, ao chegar na passagem de nível, não tinha visibilidade para o lado direito, não tendo como observar a aproximação do trem que, segundo ele, apitou quando já estava próximo da passagem de nível. “Outro caminhão, de um amigo meu, que seguia na frente, passou e eu não consegui. É complicado, o trem vem com muita velocidade e se tivesse uma cancela neste ponto evitaria este tipo de acidente, além de outros que já aconteceram”, disse.

No local, Anderson Laverde da Silva, de 33 anos, representante dos motoristas de caminhão que trafegam pela passagem de nível, informou que já foi solicitada para a Rumo medidas para reforçar a segurança no local. “Já estivemos na empresa em Paranaguá e em Curitiba, e enviamos um ofício para a Rumo, solicitando a instalação de um sinal ou uma cancela no local, mas ainda não fomos atendidos. Isso já faz quase dois meses e até agora nenhuma providência foi tomada. A gente cobra, cobra, e eles dizem que estão vendo”, relatou.

Recentemente, uma placa de sinalização, alertando aos motoristas para visualizem a aproximação do trem, foi instalada no local, mas, segundo Anderson, condutores de veículos de carga não têm a visualização necessária para perceber a aproximação do trem. “Para que eu possa visualizar que o trem está vindo, eu tenho que parar meu caminhão, descer e olhar se está seguro e, então, voltar para o veículo para poder arrancar. Imagina a fila que vai se formar aqui cada vez que um caminhoneiro tiver que fazer isso”, completou.

Ezilda Cardoso, moradora na região, informou que já perdeu a conta de quantos acidentes ocorreram no local. “No primeiro que vi, ainda era criança e foi quando o trem bateu em um caminhão que pegou fogo e o motorista morreu queimado. De lá para cá, foram vários acidentes, que já perdi a conta”, disse a mulher, a qual aguarda que uma providência seja tomada o mais breve possível.

A mulher lembrou também da ausência de vigilantes, os quais faziam a segurança no local, quando o trem passava, e que deixaram de fazer esse serviço. “Depois disso, os acidentes se tornaram mais constantes e isso já virou uma coisa normal por aqui. Este acidente eu escutei o barulho da batida lá de casa”, disse ela.

O último incidente, com vítima fatal no local, ocorreu na manhã do dia 12 setembro, também um domingo. Um professor universitário morreu ao ter o carro arrastado pelo trem.