Com obras avançadas, previsão é de que novo terminal de celulose da Klabin comece a operar ainda neste ano


Por Luiza Rampelotti Publicado 22/04/2022 às 17h31 Atualizado 17/02/2024 às 06h54

A construção do novo terminal de celulose da Klabin, no cais do porto de Paranaguá, está avançada. A expectativa é de que a conclusão aconteça no segundo semestre deste ano, e que a primeira operação pelo armazém ocorra em dezembro.

As obras começaram em junho de 2021 e preveem inovações em tecnologia e sustentabilidade. O investimento da empresa fabricante de celulose é de R$ 120 milhões.

A área do novo terminal tem 27.530 metros quadrados e foi arrematada pela Klabin, em leilão realizado pela empresa pública Portos do Paraná, em agosto de 2019. O contrato de concessão foi assinado no início de 2020 e vale por 25 anos, prorrogáveis por mais 45.

O diretor de Planejamento Operacional, Logística e Suprimentos da Klabin, Sandro Ávila, informa que a construção está adiantada no cronograma. Segundo ele, a parte do acesso ferroviário externo já está praticamente concluída, com um novo encoste cruzando a Avenida Portuária. No acesso interno dos vagões, a empresa faz o assentamento dos trilhos. “Hoje, estamos em torno de 20% à frente no calendário”, garante.

Durante a fase de construção, estão sendo empregados cerca de 180 trabalhadores das mais diversas funções. Sandro avalia que, além do grande número de funcionários, é um conjunto de fatores e iniciativas que garante a agilidade do empreendimento. Um dos fatores destacados é a autorização recebida da administração portuária e da Receita Federal do Brasil para que fosse feito um acesso privado exclusivo para essa ação. “Isso deu condições para que a obra fosse feita sem interrupções, no porto também. Foi um fato muito acelerador”, afirma.

Sustentabilidade e modernidade

Tanto a obra quanto a operação preveem altos níveis de sustentabilidade. No novo terminal já estão sendo instalados painéis solares, com energia fotovoltaica capaz de garantir a autossuficiência do consumo próprio. “Também teremos um sistema de reuso de água. Enfim, tomamos o cuidado de trazer para esse terminal tudo o que há disponível de mais moderno”, diz Sandro Ávila.

Um processo que agora começa a ganhar força é o alfandegamento. De acordo com Ávila, a empresa já dispõe de todo o circuito de TV e de segurança – com câmeras de filmagem e servidores espelhados, como exige a Receita Federal, nos padrões do ISPSCode. “A obra estando pronta, precisaremos, junto à Receita Federal, de um período de teste para a liberação. Esse processo está bastante avançado. Esperamos iniciar as atividades desse terminal ainda neste ano”, completa.

Para o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, o novo terminal é um marco para o porto de Paranaguá, além de referência pela agilidade e a qualidade. “Temos a confiança de uma grande empresa investir no porto de Paranaguá cerca de R$ 120 milhões, gerando emprego, renda e dando uma utilidade para uma área que, até então, não estava operacional”, diz.

Ele também comenta que o investimento foi atraído, principalmente, pelo fato de os portos paranaenses serem uma opção logística eficiente. “A Klabin espera que essa eficiência seja refletida em vantagem comercial. Sendo assim, nossa obrigação é colaborar no desenvolvimento da obra e garantir que as operações sejam feitas da forma mais eficiente possível, sejam elas de recepção da carga via terrestre ou de embarque no navio”, comenta.

Mais empregos

Em visita à obra, o diretor empresarial da empresa pública, André Pioli, destacou os benefícios para a população que vêm com o novo terminal. “Em operação, o terminal irá gerar mais de 160 empregos diretos e muitos outros indiretos. Isso representa um avanço para a economia de Paranaguá e para os moradores que aguardam uma vaga de emprego”, diz.

O secretário municipal de Urbanismo, Koiti Takiguti, também fala ao JB Litoral sobre as novas oportunidades para os parnanguaras, garantidas por meio da Portos do Paraná. “Neste ano tivemos a entrega das obras referentes à ampliação dos terminais da Brascargos e da Fertipar, que trabalham com fertilizantes. Essas duas empresas fazem parte de um grande complexo, uma nova linha de importação de fertilizantes. Também temos as da Klabin e da TKX e, no final do ano passado, da Adubos Araguaia. Além da Gen Fertilizantes, que está fazendo estudos para implantação de um armazém de fertilizantes”, comenta.

Koiti afirma que a previsão é de novos investimentos no município, de acordo com os estudos que estão em andamento. Ele fala sobre a expectativa de instalação de uma fábrica de farinha de peixe e derivados de pescados na área rural, além da possibilidade de a empresa Sertaneja começar a trabalhar com operações na cidade.

Além disso, está em estudo a reforma na área comercial de Paranaguá. Temos a inauguração da Milium e a vinda da Daju. Tudo isso é oriundo do processo que vem da Portos do Paraná, porque com a economia portuária crescendo, gera a possibilidade de novos investimentos na área comercial e de turismo. Isso é muito importante”, conclui.

Com informações da AEN