Comunidade Portuária de Paranaguá planeja ações de combate à dengue


Por Redação JB Litoral Publicado 27/09/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 04h55
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O Porto de Paranaguá e as empresas que operam no cais já preparam ações conjuntas de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. A preocupação com a chegada do verão antecipou a elaboração de um plano de trabalho que envolverá limpeza, eliminação de criadouros, aplicação de larvicidas e atividades de conscientização.

“A comunidade portuária tem um papel importante nas ações de prevenção e um compromisso com a saúde de trabalhadores, seus familiares e toda a população”, destaca o diretor de Meio Ambiente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Bruno Guimarães. “Vamos capacitar as equipes para que cada empresa também execute as atividades, ampliando a capacidade e área de atendimento.”, completa.

A primeira reunião com terminais, operadores e prestadores de serviço foi para sensibilização e apresentação do material de comunicação que será usado pela comunidade portuária. O foco principal nesta fase é conscientizar os colaboradores sobre a importância da prevenção e da urgência em minimizar o número de criadouros do mosquito Aedes Aegypti.

PREOCUPAÇÃO

A Secretaria de Estado da Saúde e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentaram os números mais recentes do monitoramento de focos do mosquito feito em Paranaguá desde 2017. Segundo o estudo, em setembro, quase 60% das armadilhas instaladas apresentaram ovos e a quantidade encontrada foi muito maior que no mesmo período do ano passado.

“O estudo traz uma série histórica da distribuição espacial dos criadouros e o índice de presença do mosquito na área urbana de Paranaguá. Neste estágio, podemos tentar prever o que pode acontecer e a situação é alarmante. O número de ovos por armadilha cresceu e significa que precisamos tomar cuidado enquanto a situação é controlável, antes que cheguem os meses de novembro e dezembro e a população de mosquitos seja muito maior”, alerta o professor Mario Navarro.

De acordo com ele, se este número já começa elevado no início da primavera, a tendência é piorar com a chegada do verão, pois os ovos resistem até um ano no ambiente desfavorável. Quando o tempo esquenta e começa a chover eles, enfim, eclodem. “Esta mobilização acontece no momento certo. É preciso conscientizar as pessoas que é sempre importante evitar criadouros do Aedes Aegypti. Não existe cedo demais neste caso”, explica ele.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que 1.573 pessoas foram testadas com suspeita de dengue em Paranaguá entre agosto de 2017 e agosto de 2018. Todas com resultado negativo. A cidade está há mais de dois anos sem óbitos pela doença, depois de uma epidemia que teve 16.392 casos confirmados e 36 mortes, entre 2015 e 2016.

Segundo a chefe da Regional de Saúde, Ilda Nagafuti, mesmo com os bons números dos últimos anos e o desenvolvimento da vacina contra dengue, os cuidados precisam ser redobrados. “Não podemos esquecer que o mosquito também transmite a zika, chikungunya e a febre amarela urbana. Mesmo quem foi vacinado não pode se acomodar. Nossa principal ação é no combate aos criadouros, evitando água parada”, reforça.