Essência caiçara em turnê: Mestre Zeca da Rabeca leva o fandango pelo país por meio do Sonora Brasil, do Sesc

Ao lado de outros músicos, o projeto tem levado a cultura caiçara do litoral paranaense a 22 cidades de diversas regiões do Brasil.


Por Luiza Rampelotti
Zeca da Rabeca
Considerado patrimônio vivo do Paraná, Mestre Zeca da Rabeca é um dos últimos artesãos de rabeca e tem desempenhado papel fundamental na preservação do fandango na região. Foto: Divulgação

O projeto Sonora Brasil, promovido pelo Sesc, tem levado a cultura caiçara do litoral paranaense a 22 cidades de diversas regiões do Brasil, e a prata da casa, Mestre Zeca Martins, o Zeca da Rabeca, de Paranaguá, ocupa lugar de destaque nessa travessia cultural. Ao lado de Melina Mulazani e dos músicos Leo Cardoso, Herbert dos Santos e Luiz Parna, o espetáculo do Fandango Caiçara tem sido apresentado ao público, celebrando as tradições e a riqueza cultural brasileira.

Essa edição, que integra o ciclo 2024-2025, apresenta o fandango, uma expressão típica do litoral, que mescla dança, música e dramaturgia. O fandango caiçara, com suas modas tradicionais e instrumentos como rabeca, violas e tamancos, conecta o público com as raízes de uma tradição que resiste ao tempo. Para Melina Mulazani, o projeto vai além de um espetáculo. “A participação no Sonora Brasil é uma jornada que atravessa pontes entre gerações e culturas, levando a essência do litoral para as grandes cidades“, diz.

O morador da Ilha dos Valadares, em Paranaguá, Mestre Zeca, é um ícone dessa cultura. Considerado patrimônio vivo do Paraná, ele é um dos últimos artesãos de rabeca e tem desempenhado papel fundamental na preservação do fandango na região. Mesmo sem poder viajar devido a questões de saúde, Mestre Zeca está envolvido de perto na criação do espetáculo, que celebra sua trajetória e o legado caiçara. Seu trabalho ao lado de Leo Cardoso e Luiz Parna, músicos com quem compartilha o palco, é um reflexo do encontro entre gerações, onde a tradição encontra novas interpretações e inspirações.

A turnê, que começou em agosto, já passou por cidades do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e seguirá agora para outras regiões, incluindo Santa Catarina, Goiás e o Distrito Federal. Além das modas tradicionais do fandango caiçara, o repertório inclui composições contemporâneas que criam um diálogo entre o fandango e outras manifestações culturais brasileiras, como o Coco de Pernambuco e o Cacuriá do Maranhão, reafirmando a diversidade e a riqueza das influências afro-indígenas na cultura nacional.

Sonora Brasil, que está em sua 26ª edição, é reconhecido por promover o encontro entre diferentes gerações e regiões, trazendo ao palco a essência de movimentos musicais de todo o Brasil. Para Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Sesc, “a nova edição busca destacar o olhar, a escuta e a valorização das territorialidades, diversidade e memórias, mostrando a relação entre tempos históricos e territórios nas criações artísticas”.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

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