Denúncia revela falta de materiais e médicos em Pontal do Paraná, mas Cislipa e Secretaria de Saúde negam problema


Por Cleverson Teixeira Publicado 15/02/2021 às 06h10 Atualizado 15/02/2024 às 19h38
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O setor de saúde, de Pontal do Paraná, especificamente da Unidade Básica de Saúde de Praia de Leste, está sofrendo com a falta de médicos, equipamentos e insumos, para atendimento, desde o começo da Operação Verão, chamada, este ano, de Verão Consciente, por conta da pandemia.

Essa informação foi repassada por uma fonte ligada ao JB Litoral, a qual relatou que o problema persiste há anos, mas que 2021 a situação piorou ainda mais.

Segundo a denúncia, dentre os materiais, que supostamente estariam em falta, estão gorro, máscara, além de algumas medicações. Já em relação à também alegada falta de profissionais, a fonte diz que apenas três fizeram atendimentos na temporada de verão na cidade, que tem pouco mais de 27 mil habitantes. Ainda na mensagem enviada ao JB, consta a cobrança da fiscalização desses problemas, inclusive, destaca a denúncia, para saber se alguém está recebendo sem trabalhar.

Vale salientar que o Governo do Estado repassou aos municípios mais de R$ 5,2 milhões para serem investidos em ações e serviços do Verão Consciente. Paranaguá recebeu o maior valor, somando R$ 1,8 milhão. Desse total, R$ 446 mil foram destinados ao Samu e Siate. Matinhos aparece com mais de R$ 1 milhão; Guaratuba R$ 919 mil; Pontal do Paraná R$ 819 mil, Guaraqueçaba e Ilhas R$ 239 mil; Morretes R$ 221 mil e Antonina R$ 203 mil.

O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (CISLIPA), em outubro do ano passado, já havia publicado os primeiros editais para contração de empresas para a prestação de serviços pré-hospitalares e médicos durante o Verão Consciente, que começou no dia 19 dezembro e vai até o dia 21 de fevereiro.

Os editais incluíam, também, demandas para as Equipes Aeronáuticas do Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), para ambulância de Suporte Avançado de Vida e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). As instituições vencedoras das licitações são responsáveis por disponibilizar profissionais para atender os sete municípios da região. Em Pontal, a responsável pelo quadro de funcionários é a Proseg Consultoria e Serviços Especializados.

Cislipa admite falta de pessoal e diz que materiais é com as prefeituras

O JB Litoral entrou em contato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral, com o intuito de entender o motivo da suposta falta de médicos e insumos na unidade de Pontal do Paraná. A diretora executiva da instituição, Everllin Carmargo, admitiu que a carência de pessoal no município ocorreu no início do ano e que, neste mês, a prefeitura não repassou nenhuma informação relacionada à ausência de médicos. “Isso foi em janeiro. A falta aconteceu, realmente. A empresa foi notificada, deu o seu contraditório e seguimos todo o rito processual. Agora, não tem nenhuma informação diferente sobre a falta de profissionais. A cidade tem um fiscal que passa informações diárias. A empresa até efetuou correções. Veio recurso para serviço, que é para a contração de pessoal. Isso a gente cumpriu. Inclusive, foi colocado até mais pessoal a pedido do município”, afirmou. 

Já a respeito da falta de materiais e equipamentos, a diretora relatou que essa questão é de responsabilidade da prefeitura. “O consórcio faz a complementação de pessoal. A parte de insumos, estrutura do local, tudo isso é com os municípios. O recurso é passado fundo a fundo às cidades. Já a parte de contratação de equipes vem para o Cislipa”, complementou.

Dos mais de R$ 800 mil transferidos a Pontal, de acordo com Everllin, o Cislipa recolheu cerca de R$ 600 mil. Ela aproveitou para detalhar a distribuição do montante para as demais repartições.

 “Para nós, o município repassou R$ 642.150 mil, referentes a parte do serviço. Do estado, Pontal recebeu R$ 819.553,12. De material, foram R$ 148.850. E, para ações de vigilância, R$ 28.553.12”, concluiu a diretora executiva.

Secretária de Saúde nega falta de pessoal e materiais

Diante da responsabilidade da Prefeitura de Pontal com os materiais da área médica, o JB também conversou com a secretária de Saúde do município. Carmem Moura garantiu que não há escassez de produtos hospitalares e médicos nos plantões da casa de saúde. “Não há falta de insumos e médicos. O contrato para operação é do Cislipa e o município tem contrato de médicos, também, para suprir a necessidade. A informação está equivocada”, relatou.

A reportagem não conseguiu contato com a Proseg, empresa contratada para a prestação de serviços durante o Verão Consciente, em Pontal do Paraná.