Depois de paralisação, TCP promete atender reivindicações de caminhoneiros internos de Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 20/04/2021 às 14h07 Atualizado 15/02/2024 às 23h59
Reivindicação da categoria mobilizou vereadores de Paranaguá - Foto Diogo Monteiro JB Litoral

Por Cleverson Teixeira

Na edição impressa do dia 12 de abril, o JB Litoral trouxe a informação de que caminhoneiros internos reivindicavam melhores condições de trabalho no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Durante a paralisação, realizada no dia 5 deste mês, os motoristas pediam, além do aumento do valor do frete com as transportadoras, a redução da multa do no-show, que, em caso de não comparecimento no horário estipulado para descarregamento, é aplicada uma multa de R$ 337. Além disso, foi solicitada a suspensão da cobrança dessa taxa para contêineres vazios, a conferência de placas de agendamento no Retro Área (SAV) e a não validação desse programa em caso de divergências. Também foi exigida a contratação de um controlador de fluxo na entrada do terminal e um canal de comunicação entre motoristas e empresa. 

No dia 6 do mesmo mês, a Comissão de Assuntos Portuários e Turismo (CAPT) da Câmara de Vereadores de Paranaguá intermediou a conversa entre o TCP e os caminhoneiros. Na ocasião, a empresa decidiu que iria estudar as questões e daria uma resposta no dia 15 de abril, na presença de representantes da classe. Diante disso, a equipe de reportagem do JB Litoral entrou em contato com o líder do movimento dos caminhoneiros, João Carlos Sellmer, que relatou que o Terminal de Contêineres de Paranaguá se comprometeu a ajudar a categoria. Conforme ele, foram dados dois prazos para solucionar os problemas enfrentados pelos profissionais do volante. “Eles vão resolver aquelas questões. Disseram que vão tentar fazer reuniões semestrais entre as autoridades municipais, associação dos caminhoneiros e transportadoras. Com relação ao no-show, falaram que vão rever o valor da multa. Eles perceberam que está um valor alto. Vão baixar e diferenciar para o pessoal que carrega os contêineres. Para o cheio, vai ser um preço; para o vazio, outro. Já sobre o fluxo de caminhões, disseram que essa situação é de longo prazo. Mas vão contratar uma empresa para fazer esse serviço. Algumas questões, a curto prazo, eles falaram que conseguem resolver em 45 dias. Outras, a longo prazo, serão resolvidas no semestre que vem”, explicou Sellmer.

Vale destacar que, a respeito do valor do frete, os caminhoneiros conseguiram o reajuste proposto às transportadoras. O carregamento de um contêiner vazio, que custava R$ 150, passou para R$ 180. Já o transporte do reservatório de cargas cheio, de R$ 200, está valendo R$ 230. 

Sistema de comunicação 

Em relação a um sistema de comunicação que facilite o envio de informações ao TCP, em caso de atraso, e demais assuntos, João Carlos afirmou que o terminal portuário se prontificou a inaugurar uma plataforma via aplicativo de mensagem. “A empresa vai abrir uma central, via WhatsApp. Antigamente, éramos cancelados e teríamos que correr atrás de transportadora para ver o que tinha acontecido. Agora, segundo eles, será tudo pelo celular. Se precisar alterar um contêiner, não será necessária a ajuda da transportadora. O caminhoneiro vai poder fazer isso”, completou. 

No fim da entrevista, Sellmer falou sobre a expectativa para a concretização dos pedidos feitos pela classe dos caminhoneiros. Conforme ele, a empresa manifestou disposição para regularizar todos os pontos levantados pelos motoristas. “Vamos aguardar para ver se vão ser concluídas, mesmo. Trocamos contatos. Deixamos os nossos números de telefone e eles forneceram os deles. É um pessoal novo que está à frente. Demonstram muito interesse em nos ouvir e dar atenção às nossas reivindicações”, concluiu João Carlos Sellmer.

Empresa garantiu melhorias aos caminhoneiros internos. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

TCP se manifesta

Por meio de nota, o Terminal de Contêineres de Paranaguá se manifestou sobre o caso. Segundo a empresa, está sendo construído um plano de ação conjunto pelas partes envolvidas, em que serão definidas reuniões periódicas de alinhamento entre o TCP e os representantes dos caminhoneiros. O comunicado diz, ainda, que outras ações serão tomadas para melhor atender os motoristas que prestam serviço no local. “Buscamos estreitar a comunicação com o segmento, tendo projetos e ações em desenvolvimento para oferecer melhorias aos trabalhadores desse setor. Entre elas, está prevista a reforma do posto de triagem (SAV), que será finalizada em 2021, e que prevê salas de descanso e banheiro exclusivos para os caminhoneiros”, salientou o documento. 

Por fim, a empresa que coordena o terminal destacou a importância dos vereadores que mediaram a conversa durante encontro entre TCP e caminhoneiros. “Agradecemos o envolvimento da Comissão de Assuntos Portuários da Câmara de Vereadores de Paranaguá nesse processo, bem como aos representantes dos caminhoneiros”, finalizou a nota.