Deputada Yared destina R$ 25 milhões para manutenções de igrejas históricas do Litoral


Por Luiza Rampelotti Publicado 07/06/2022 às 13h40 Atualizado 17/02/2024 às 10h06

Na segunda-feira (6), a deputada federal Christiane Yared (PP) esteve na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário e na Catedral Diocesana de Paranaguá, conversando sobre os investimentos que devem ser realizados nas igrejas do Litoral pertencentes à Diocese. O bispo Dom Edmar Peron e o padre Emerson Zella apresentaram suas reivindicações e explicaram a importância cultural e histórica dos prédios.

Segundo a deputada, R$ 24.800 milhões foram indicados, por meio de emendas individuais e extraorçamentárias, para realizar o restauro das igrejas históricas do litoral paranaense. Com isso, as cidades de Paranaguá, Antonina, Morretes e Guaratuba serão beneficiadas.

Para dar início às obras, Yared comenta que as etapas necessárias já estão avançadas e, num primeiro momento, serão enviados R$ 2 milhões para serem feitas manutenções, visando especialmente à festa de 60 anos da Diocese de Paranaguá, que é comemorada em julho. “O recurso já está lotado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artística Nacional (IPHAN) para darmos o ponta pé inicial. O processo licitatório é para acontecer em breve e as obras já serem iniciadas”, comenta.

Com os R$ 2 milhões disponibilizados, deverão ser realizados serviços de manutenção e conservação da Catedral de Paranaguá, como limpeza externa, reparos na cobertura e telhado, pintura externa e etc; além de conservação da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, e projeto de restauração do Salão Paroquial da igreja; manutenção emergencial na Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha do Mel, e uma pesquisa arqueológica na área da Igreja Matriz de Guaratuba para identificar locais com artefatos arqueológicos.

Resgate da história local

O Bispo Dom Edmar Peron explica que todas as igrejas católicas existentes no Litoral pertencem à Diocese de Paranaguá e que o objetivo das manutenções é resgatar a história local. “Uma vez que as igrejas estejam retomadas em sua história, com manutenção, acredito que fica mais fácil motivar a população para cuidar dos prédios. É uma questão cultural, temos que educar o povo ao cuidado com a própria cidade e cultura. E temos que ser o exemplo”, diz.

A deputada Yared comenta sobre o significado de dar início a esse tipo de cuidado com os patrimônios históricos do Litoral. “A igreja católica é a mãe, o Litoral é a mãe do Paraná e Paranaguá a mãe do Estado, nada mais justo do que começarmos um legado por aqui, saindo das mãos de uma mulher, uma mãe. Isso é coisa de Deus”, destaca.

O restante do valor destinado, R$ 22.800 milhões, deve ser investido no decorrer do tempo, conforme as etapas forem avançando. As igrejas beneficiadas são todas aquelas tombadas pelo IPHAN no Litoral: Catedral e Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, de Paranaguá; Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Guaratuba; Igreja de São Sebastião de Porto de Cima, de Morretes; Santuário de Nossa Senhora do Pilar, Igreja Bom Jesus do Saivá e Igreja de São Benedito, em Antonina.

Num primeiro momento, serão enviados R$ 2 milhões, em breve, para manutenção na Catedral e demais igrejas. Foto: JB Litoral

Projeto Marco Zero

Em paralelo às destinações de Yared, três empresas decidiram montar um consórcio para buscar um restauro estrutural de uma das edificações mais antigas do Paraná – a Catedral de Paranaguá. A Inspire-C Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural, FN Patrocínios e Núcleo de Mídia e Conhecimento deram início ao Projeto Marco Zero, o qual foi submetido para aprovação pela Lei de Incentivo à Cultura Federal (antiga Lei Rouanet) e, em fevereiro deste ano, foi aprovado.

Desde março, o projeto passou a captar recursos para a realização de estudos que indiquem quais as necessidades do prédio, no que diz respeito à preservação de sua estrutura física, modernização do espaço e resgate histórico. O valor necessário é de R$ 1.2 milhões e, de acordo com o padre Emerson, 20% já foi arrecadado, principalmente devido às contribuições de empresas portuárias sediadas em Paranaguá, como Cattalini e Fospar.

Esse valor é para a realização do projeto de restauro, isto é, para que sejam levantadas quais as necessidades, de que modo deverá ser feito etc. Os 20% arrecadados é o mínimo exigido por lei para que possamos começar a usar o valor para fazer os aportes no projeto dos estudos. Se não houvesse a contrapartida local, o projeto ficaria bloqueado”, explica.

De acordo com ele, o Marco Zero foi apresentado às instituições portuárias por meio do apoio do presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Foi ele quem organizou um encontro para que pudéssemos apresentar o projeto para as empresas e, assim, conseguimos apoio e chegar ao valor mínimo do aporte”, comenta.

Para o Marco Zero, qualquer pessoa pode doar parte de seu Imposto de Renda. A destinação via Pessoa Física se dá caso a pessoa faça sua declaração do Imposto de Renda pelo Formulário Completo, neste caso, pode-se destinar até 6% do Imposto tanto a pagar quanto a restituir. Já para a Pessoa Jurídica, empresas que tributam pelo Lucro Real, podem destinar até 4% do IR devido.