Mato alto, talões de água e luz acumulados no portão e destelhamento. Esses são alguns indícios de casas fechadas há meses, muito comum no Litoral, seja devido à pandemia, como também em decorrência dos meses mais frios do ano.
Sinais como esses são um chamariz para ladrões que planejam um arrombamento. Geralmente, de acordo com a Polícia Militar e empresas de segurança, os criminosos atuam conforme a oportunidade que encontram, independentemente do tipo de residência ou região.
A aposentada, que prefere não se identificar, disse que, desde o ano passado, para não deixar a sua casa na Ilha do Mel vazia, optou pela locação. “Há um grande interesse pelas pessoas em alugar casas no Litoral, fora da temporada, ainda mais agora com a pandemia, em que muitos estão trabalhando home office. Fico muito mais tranquila sabendo que tem gente na casa. Se a casa está vazia, eu nem durmo”.
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A comerciante Francielle Soares da Silva teve a sua casa, no balneário de Pontal do Sul, na cidade de Pontal do Paraná, invadida duas semanas atrás. Como a janela não tinha trinca, facilitou a entrada do ladrão, que não levou nada de valor, apenas comida da geladeira e algumas panelas. De qualquer forma, deixou Francielle, seu marido e o filho inseguros. “Estamos cogitando em nos mudar daqui, numa casa com muro alto e em uma região com mais segurança. Na mesma semana que nossa casa foi invadida, uma vizinha reclamou de roupas retiradas do varal”.
O supervisor geral da empresa de segurança residencial Segline –Segurança Patrimonial, com sede central em Matinhos, Diego Arcega, diz que casas sem manutenção e com aspectos de abandono atraem os ladrões. Já casas com a placa da empresa de monitoramento e sensores infravermelho, que acendem a luz, são fatores que inibem a invasão. Um dos serviços realizados pela empresa, além da monitoração, é a manutenção dessas casas contratadas. “Os clientes deixam a chave conosco e fazemos ações como abrir a casa e manutenções como o corte do gramado, retirada de lixo do local, entre outros serviços, que sejam necessários”.
O último levantamento da empresa, com oito mil clientes, no Litoral, registrou, de outubro de 2020 a março de 2021, 77 ocorrências, entre tentativas e arrombamentos realizados. No caso de adentrarem nas casas monitoradas com alarme, o supervisor diz que, com o disparo, a maioria foge sem executar qualquer tipo de crime. “Aqueles que entram, agem rápido e, geralmente, estão em duas ou três pessoas. Quando dá tempo, levam materiais de valor fáceis de carregar, como é o caso dos televisores”. Além disso, é comum também furtos de fios elétricos e de botijões de gás.
Redução de furtos e roubos
A assessoria de imprensa do 9° Batalhão de Polícia Militar, que atende sete municípios do Litoral, levantou que, de janeiro a maio deste ano, foram 603 furtos a residências. Entende-se como furtos, tanto as denúncias de arrombamentos como situações de registros de boletins de ocorrência, quando o denunciante sente falta de algum pertence.
No mesmo período do ano passado, os números foram ainda maiores: 857 ocorrências. A redução de 29,6%, de 2020 para 2021, se dá pela readequação de planejamento estratégico da unidade e a ação integrada com outros órgãos como a Guarda Civil Municipal e as secretarias de Urbanismo e do Meio Ambiente.
Quanto aos roubos em residências, segundo o setor de Planejamento da PM, houve redução de 18,6% no comparativo dos cinco primeiros meses deste ano com o período do ano anterior (de 59 casos caiu para 48) em todo o Litoral do Estado.
Secretaria da Segurança Pública
Os dados da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) também registraram queda. A SESP informa que, na 3º Área Integrada de Segurança Pública (3º AISP Paranaguá), abrangendo também os municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes e Pontal do Paraná, houve redução de 40,4% nos furtos a residências (de 652 caiu para 388), no primeiro trimestre de 2021.
O órgão de segurança ainda informa que sempre determina que as ações, de investigações e de patrulhamento preventivo e ostensivo, sejam constantes e ágeis para reduzir ainda mais a criminalidade em todo o Estado.
Como denunciar
Ao se deparar com uma situação de crime, a população deve acionar a Polícia Militar, o mais rápido possível, fornecendo o máximo de detalhes e características do autor para auxiliar o trabalho policial. Também é essencial o registro de Boletim de Ocorrência, pois é por meio dele que a PM analisa os registros de crimes e readéqua o policiamento para atender regiões mais necessitadas.
A população pode acionar a Polícia Militar pelo 190, pelo Disque Denúncia 181 ou pelo aplicativo 190 PR, disponível gratuitamente para download nas lojas virtuais Android e IOS.